“Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da organização.”. “É o comportamento de um indivíduo quando está dirigindo as atividades de um grupo em direção a um objetivo comum’. “É um tipo especial de relacionamento de poder caracterizado pela percepção dos membros do grupo no sentido de que outro membro do grupo tem o direito de prescrever padrões de comportamento na posição daquele que dirige, no que diz respeito à sua atividade na qualidade de membro do grupo”.
E por aí vai... Muitas outras variações podem ser facilmente encontradas na internet. O que senti ao ler diversas delas foi uma ausência. “Eu, líder de mim mesmo”. O que quero dizer com isso? Todos procuram por um líder ou estão tentando definir liderança como a sobrepujança de um ser sobre outros. Antes disso vejo que ninguém pode comandar outra pessoa se não consegue ser seu próprio comandante. Percebo no dia a dia, que uma quantidade expressiva de pessoas tem certa incapacidade de gerirem seus próprios problemas. Várias delas ocupando cargos de chefia, o que antigamente pressupunha ser a mesma coisa que líder, o que na realidade não é.
Não é a toa que vemos um número grande de pessoas envolvidas com drogas, bebidas e manias mil, que não passam de fuga de si mesmo, geralmente de forma inconsciente. Eles querem fugir do contato com a realidade, seja pelo álcool, seja pelo vídeo game, seja pela Facebook. Dificilmente vemos uma pessoa decidir sozinha ou agir sozinha. Até para ir ao banheiro é preciso companhia, até para almoçar é um sofrimento ir ao bandejão sozinho. Dizem que isto é interação social. Para uns poucos, sim. Para a maioria, não. Uns “poucos” estão manipulando a massa para obter o que desejam, são os lideres descritos nos trechos iniciais. Uns “muitos” estão se anulando, seguindo sempre um guia, fazendo número na manada. Uns “poucos” normalmente pulam de manada em manada quando vislumbram novas possibilidades de ganhos. Uns “muitos” normalmente passam a vida inteira na mesma posição, ruminando sua vida sem nunca digeri-la por completo.
O líder de si mesmo atrapalha, torna as definições convencionais de liderança difíceis de se alcançar, já que o líder “explorador” precisa de massa para comandar. Não fosse assim, como ele convenceria o povo a trabalhar ainda mais sem receber, cumprir metas abusivas, fazer trabalhos que não estão no contrato, lutar numa guerra onde seu único prêmio deverá ser a morte. O líder de si mesmo jamais entraria numa roubada dessas. O líder de si mesmo verificaria o beneficio real que receberia ao seguir este líder “explorador”.
Não quero fazer uma apologia ao individualismo e ao egoísmo. O que quero dizer é que existe uma verdadeira liderança, que não é a que encontrei nas páginas da internet. Se você quer ser líder, se você precisa liderar um grupo, porque hoje as empresas exigem este tipo de conduta, seja primeiro o seu próprio líder. Pense no seu dia a dia, nas mínimas coisas, veja quantas vezes você faz o que o outro quer e quantas vezes você faz o que você mesmo quer. Certamente irá se surpreender. Somos realmente um bando de “paus mandados”. Tente agir, tente fazer o que realmente te importa e verá que “uns poucos” ficarão incomodados, tentarão te isolar do grupo. Você facilmente começará a perceber quem são “uns poucos” e quem são “uns muitos”.
O líder, para a empresa, não é apenas aquele com capacidade de liderar, é ainda, aquele com a vontade de manipular. Eles não querem um líder, eles querem um manipulador. O líder de si mesmo visa o seu próprio bem, por esse individualismo é mal visto pela sociedade como um todo. Contudo, só sendo um líder de si mesmo você terá condições de ser um líder social, que visa o bem comum, o que não é muito difícil, porque de forma geral, a maioria das coisas que são boas para uma pessoa, são boas para a maioria. Uma vez sendo líder de si mesmo, a sua ganância certamente definirá se você será um manipulador ou um verdadeiro líder social.
Autor: Arnold Gonçalves
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