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Inclusão social é um dos assuntos mais em moda em nossa sociedade brasileira nesta década de 2010. É um assunto que vem sendo imposto pelo governo via ações e meios de comunicação; a sociedade em si tende mais para a exclusão do que para a inclusão. Lembro-me bem, nos idos de 1991, quando estava na faculdade e tive que fazer prática de ensino em uma escola de ensino médio, segundo grau naquela época, e deparei-me com um aluno cego que ali cursava por determinação judicial. Ele devia estudar em uma escola especial, preferiu estudar em uma escola comum, mas teve que brigar na justiça para isso. Não pense que os problemas dele acabavam aí, os professores sentiam imenso constrangimento diante daquele aluno diferenciado; muitos dos demais alunos questionavam abertamente o inconveniente que a máquina de imprimir em linguagem para cegos produzia com o seu barulho incessante. Assim mesmo, o aluno persistia que era melhor estar ali do que numa escola para cegos.
Eu estava testemunhando um dos embriões que nos levaram a inclusão social que vivenciamos nos dias de hoje. Se nos anos noventa engatinhava, hoje, a inclusão social ainda brinca de carrinho ou de boneca. Nossa sociedade ainda é criança neste sentido, apesar dos esforços de diversos organismos, inclusive governamentais.
Estes programas sociais como o fome zero; sistemas de cotas e fies nas faculdades; interiorização da economia e órgãos públicos; escolas profissionalizantes, inclusive para detentos; são ótimos exemplos de inclusão social. A maioria delas são duramente criticadas por boa parte da sociedade, assim como na cena que presenciei em 1991.
A perspectiva é a de que daqui vinte anos tenhamos um cenário de realizações. A inclusão social tenha saído de moda por não haver mais necessidade de trabalho de inclusão, já que será natural o convívio entre as diferenças, mesmo porque elas não serão tão grandes em alguns aspectos, como o econômico. Mas, atenção! As eleições se sucedem, e se elegermos muitos políticos descomprometidos com o progresso social, este mundo ideal demorará a chegar.
Autor: Arnold Gonçalves
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