Este tema me deixou perplexo. Somente na última década do século XX é que as instituições de saúde começaram a se preocupar com a segurança do paciente hospitalizado. Para quem ainda não entendeu a gravidade da situação, isto tem haver com o motivo da maioria dos pacientes morrerem por outro motivo aquém do que foi internado no hospital. Quer dizer então que aquele medo de ir para o hospital tem muita relevância. Pior que ficar doente é ir parar no hospital, o risco de morrer é eminente.
A organização mundial de saúde, OMS, vem cada vez mais se preocupando com isso, e vem lançando diversos programas para melhorar a segurança dos pacientes no que tange a higiene durante os procedimentos cirúrgicos e hospitalares como um todo. Entre estas preocupações pode-se relevar a higienização das mãos dos profissionais que atuam em cirurgias e eventos pós cirúrgicos. Não vamos colocar a culpa nas costas do profissional que está na frente de batalha contra a morte. A própria OMS reconhece que em geral a culpa é da administração que cria diversas burocracias que prejudicam o andamento da rotina diária de atendimento ao paciente.
A simples presença do ser humano já é um risco para o outro ser humano. As falhas acontecem, e o sujeito paciente acaba morrendo. Quanto menos interação humana, melhor. Com a tecnologia que temos hoje é bem possível diminuir a quantidades de “óbitos”, como o pessoal da saúde costuma dizer. Para nós leigos, é morte mesmo.
O pessoal do ramo da enfermagem está fazendo uma série de pesquisas para tentar aproximar a teoria da prática, já que todos sabem que o enfermeiro aprende uma teoria que demonstra-se bem aquém da realidade do dia a dia do hospital. Há um elo muito grande que divide a prática da teoria. É comum o auxiliar de enfermagem tomar a frente do enfermeiro pelo fato dele se mostrar muito ausente perante a urgência do dia a dia da enfermaria de um hospital.
O assunto é pertinente e pouco explorado. Muitos tabus, muitos jogos de interesses, de posições e circunstancias profissionais. O fato é que cada vez vamos precisar mais desta segurança do paciente porque a fábrica de nascer crianças tem diminuído. E a morte vai começar a chamar cada vez mais a atenção.
Autor: Arnold Gonçalves
|