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As novas formas de morar na sociedade contemporânea.

Não é de agora que a casa é o espelho de seu morador. Mesmo que esta casa esteja localizada em um ambiente muito insalubre, ainda assim, ao adentrá-la, claramente aflora o modo de ser de seu habitante. O que ocorre atualmente é que este espelhamento ganha contornos ainda mais efetivos.

Muitas casas apresentam sinais de natureza, mas agora, o jardim não se limita a um pequeno quadrado ou a área externa. A habitação tende a estar intrínseca ao meio ambiente de forma a compor um todo mais orgânico e natural possível. De forma a quase não ser possível diferenciar o interno do externo.

Os móveis e utensílios não estão mais sendo adquiridos apenas pelo foco econômico, de beleza ou exibição. Percepções como sensações de aconchego, conforto e relaxamento pessoal são, na verdade, o que importa mais ao adquirente de tais produtos. Desta forma, o valor existencial passa a ser o mais importante.

Com a revolução tecnológica, não há como evitar o olhar mais apurado quanto a necessidade de espaços residenciais com amplas possibilidades de resposta aos novos meios de informatização. Ampliação de peças computadorizadas se fazem cada vez mais úteis e necessárias.

Seguindo nesta linha, a conexão tem tanta importância quanto os objetos informatizados. Conexões de internet competem lado a lado com as de água e energia elétrica. Sua importância é vital para um habitante na sociedade moderna. O mundo digital é peça chave na composição da moradia atual.

A experimentação é crescente em um mundo reconhecidamente líquido. Necessidade de espaços para cultivo de plantas medicinais e culinárias tende a crescer. Por conta da volta ao natural, por estarmos demasiadamente dependentes de produtos industrializados, ou ainda pelo simples prazer de contatar novos sabores.

Até mesmo por estarmos vivendo em forte imposição de isolamento, a tendência ao retorno da socialização será cada vez maior, e a moradia certamente deverá ofertar espaços para esta integração social. Familiares e amigos anseiam por receberem e serem recebidos pelas pessoas queridas.

A casa é de todos os seus moradores. Moradia formatada e dedicada a um único habitante considerado senhorio, como feito no passado, não tem mais razão de ser. A figura do chefe de família está em extinção e a coabitação, incluindo aí as questões de obtenção de recursos, vale homogeneamente para todos.

Por fim, o bem estar é a premissa mais generalista possível para se definir a tendencia de moradia contemporânea. Ter todas as condições para a sensação de felicidade é a meta para a composição do ambiente de plenitude do lar.

Autor: Arnold Gonçalves


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