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Desperdício de Alimentos no Brasil.

Não é de agora que a humanidade encontra dificuldade em obter o alimento necessário para a sua sobrevivência. Ocorre que nunca houveram relatos de uma produção tão maciça de alimentos em toda a história humana. E assim mesmo é comum consumirmos notícias que revelam áreas com bolsões de famintos. Esta conta não fecha, e aí nos deparamos com a questão do desperdício de alimentos.

No Brasil é fácil elencar grandes áreas de produção. Inicialmente foi o Sul do país, e agora o foco está na região Centro-Oeste. É fato que a capacidade de armazenamento das colheitas nem sempre é suficiente, e de que a efetivação do escoamento da produção para os grandes centros e portos quase sempre são marcadas por grandes percalços. Isto resulta em perdas por toda a cadeia produtiva, já chegando ao consumidor primário com um significativo percentual de desperdício.

Consumidor primário, quem seria ele? Descartando o enorme percentual destinado à exportação; na maioria das vezes são as próprias indústrias, com a tarefa de criar subprodutos com maior apelo ao paladar do cidadão consumidor. A outra grande parte dos alimentos é destinada ao comércio, via feiras, atacadões, centros de abastecimento, mercados, refeitórios, restaurantes, etc. Nem todos estes consumidores primários têm como função aproveitar totalmente o produto, ou disponibilizá-los indiscriminadamente ao consumo, e, fatalmente, ocorre mais desperdício.

Um bom tempo depois da colheita, a produção chega finalmente ao cidadão consumidor, que por sua vez provoca um tanto mais de desperdício. O endinheirado normalmente causa grandes desperdícios em cada passagem pelas mesas de banquetes, mas o pobre também não tem a cultura de aproveitar totalmente cada alimento duramente adquirido, e o lixo destes demonstram um desperdício orgânico muito grande. Não contabilizamos aqui àqueles grupos de seres humanos que sequer tem acesso a esta linha economicamente produtiva, simplesmente comem o que lhes é dado.

Muitas pesquisas dão números exorbitantes quanto ao desperdício por todo o processo, e uma possível solução seria a de restringi-lo através de diversas ações: Especialização do trabalhador do campo, assim como facilitação ao acesso e desenvolvimento de maquinários. Restruturação total da malha de escoação; férrea e rodoviária. Aprimoramento no acondicionamento dos produtos nos veículos de transporte. Aperfeiçoamento do recebimento e conservação de produtos pela área comercial. Destinação das partes “inúteis” para serem aproveitadas por outras áreas produtivas. Educação do consumidor para usufruir ao máximo os alimentos dispostos em sua mesa, de forma a não remetê-los em grande parte ao lixo.

Autor: Arnold Gonçalves


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