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A história geral da África

Como reduzir a um espaço tão ínfimo, uma história tão extensa e grandiosa? Podemos falar sobre o que gerou a atual divisão geográfica deste imenso continente, em seus formatos retangulares e quadrados, como se fossem peças de um quebra cabeça, mas que nunca se encaixam. Peças forjadas pelos interesses europeus em seu ambicioso processo exploratório. Dentro destes desenhos geométricos foram separados povos comuns e unidos povos divergentes, sendo obrigados a criarem do quase nada novas nações. E ainda hoje é comum serem chamados de ignorantes e selvagens.

As pesquisas arqueológicas dão mostra de que o ser humano, assim como a sua própria civilização, surgiu na África. Mesmo aqui há um certa tendência de se dividir a origem humana à região subsaariana, e o desenvolvimento à região norte-saariana. Tudo isto para remeter a uma divisão clara entre África negra e branca, mas quanto mais se pesquisa, mas se compreende a intensa ligação entre todos os povos do continente. É fato que sua composição era em grande número por regimes tribais, mas nem por isso alijada de qualquer conteúdo histórico e social.

A ausência suficiente de escritos torna o seu estudo alvo de grande desafio para os historiadores e diversas formas de pesquisas devem aliar-se para sua composição. Além do estudo dos documentos escritos, há de se apegar em grande parte das comunidades, pelo seu acervo oral e comportamental. Áreas como a geografia e a arqueologia são de extrema importância. Diversos elementos associados em composição lógica para dar basamento aos fatos apresentados.

Mesmo o acervo escrito ainda está muito pouco explorado e por demais espalhados. Há menção de grandes acervos inexplorados em países do norte da África, além daqueles espalhados pela Europa, Ásia e América. Ou seja, há elementos da história africana espalhada por todos os continentes, assim como foram espalhados a força muitos dos seus habitantes originais. Cabe aos estudiosos acessarem estes acervos e estabelecerem os devidos elos de ligação. E quem mais que os próprios africanos são capazes de realizarem este magnífico trabalho?

Nesta interdisciplinaridade de ciências, surge até mesmo o estudo genético, que poderá trazer a luz muitos movimentos coletivos pelo continente, podendo ajudar na definição da cronologia histórica. Na mesma esteira, a linguística também vem para ajustar informações desconexas. O que não pode acontecer é simplesmente termos uma versão imposta pelo ponto de vista europeu. Neste caso temos a história da Europa e não da África.

Autor: Arnold Gonçalves


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