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A falta de infraestrutura na escola

No Brasil existem perto de cento e cinquenta mil escolas públicas de educação básica. Na grande maioria delas o normal é encontrar não mais que salas de aula, água, sanitários, energia elétrica, esgoto e cozinha. E em muitos casos, mesmo estes itens básicos apresentam preocupantes deficiências. Fica claro que não é uma questão relacionada a uma região específica, e os problemas encontrados na escola Bolivar Bordallo da Silva, em Bragança PA; não difere muito do que acontece ao adentrarmos uma escola na zona nobre do Rio de Janeiro ou São Paulo. Este problema de falta de estrutura apropriada não é recente, muito pelo contrário, parece ter nascido junto ao ensino público.

Não importa o nível; se federal, estadual ou municipal. Em qualquer parte encontramos escolas extremamente simplórias e que só não estão em pior situação por conta de um trabalho extenuante dos trabalhadores da área da educação. Muitas comunidades sequer entendem a escola como patrimônio seus e a depredam constantemente. As verbas nunca se apresentaram das melhores, e recentemente foram ainda mais reduzidas. Os políticos mais liberais gostariam mesmo de privatizar completamente todas as escolas públicas. Desta forma, não há como prever qualquer possibilidade de modificação favorável para este quadro de abandono.

Embora os jovens se adaptem às situações mais adversas e consigam um resultado médio razoável, ter infraestrutura apropriada para o ensino poderia produzir um acréscimo significativo em aprendizagem para a maioria dos alunos. Muitas escolas montam laboratórios, bibliotecas, salas de vídeo, etc. Contudo, estes recursos são tratados como verdadeiros tesouros, e os alunos poucas vezes são liberados a adentrá-los, e quase sempre, fortemente monitorados. Isto demonstra uma certa falta de conscientização dos envolvidos quanto a necessidade de usar, e também de preservar. Em outras escolas é impossível qualquer trabalho de constituição de recursos mais avançados, pois antes mesmo da inauguração já estariam saqueadas, e tudo de valor subtraído. Essa é a triste realidade das escolas públicas; a verba é pouca, quando vem. O aparelhamento é corriqueiramente destruído ou roubado. Quando não, são de má qualidade mesmo.

Autor: Arnold Gonçalves


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