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As pessoas hoje em dia apenas repetem, imitam ou conseguem produzir um estilo próprio?

Mesmo que inconscientemente, todos nós apresentamos elementos estilísticos próprios. Salvo em um ou outro elemento, o estilo é inerente ao ser, acompanhando cada personalidade como uma exteriorização de sua essência. Não fosse o poder da mídia e dos emuladores de tendências, cada qual teria uma formatação física e comportamental completamente exclusiva. Apesar desta tendência de unidade, somos seres sociáveis e este relacionamento social estabelece padrões a serem seguidos, desta forma, conceitos éticos e morais comuns são incorporados ao modo de ser individual.

A repetição e a imitação decorrem da necessidade de sobrevivência e ser aceito pela sociedade. Isto não pode ser considerado como algo necessariamente ruim. Não é um modo de agir privilegiado aos viventes da atualidade, já que copiar e reproduzir o comportamento alheio vem dos primórdios existenciais de qualquer ser. Basta observar a natureza e perceber que a maioria dos animais age por repetição, e por que seríamos diferentes nisso. Mesmo os robôs, criados nos últimos anos com o auxílio da inteligência artificial, agem segundo padrões conceituais para se comunicarem com o mundo exterior.

Subordinados aos padrões tidos como normais pela sociedade da época restando-nos os detalhes, muitas vezes supérfluos, para nos desalinhar do convencional. É muito difícil se destacar na paisagem sem ser considerado um louco ou doente. Quando muito, os diferenciais em exagero são aceitos quando relacionados a uma pessoa muito rica ou famosa, sendo considerada excentrica ou tremendamente criativa. Mas ao menor sinal de declínio social, são atiradas à vala comum da loucura, e apartadas do convívio e reconhecimento social. O ser comum, para sua segurança, deve se manter o mais próximo possível do considerado padrão.

E como criar um estilo próprio sem ser considerado um louco, um ponto perdido fora da curva? Claro que não há receita, pois estariamos padronizando ainda mais. Lembre-se que cada um carrega em si o próprio desenho de produção. Ser único da criação, somente em seu profundo interior poderá ser encontrado este estilo próprio e secreto.

Autor: Arnold Gonçalves


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