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A informação arquivística na arquivologia pós-custodial.

O objetivo do tratamento da “informação arquivística” é o de dar mais ênfase ao conteúdo do documento, que ao próprio documento em si. Historicamente, a arquivologia sempre esteve atenta à preservação da documentação, sem, no entanto, registrar logisticamente o seu conteúdo de forma a serem tratados nas mais diversas necessidades. Então, temos a preservação do documento, mas encontramos dificuldade em saber a respeito de seu conteúdo, o que torna as buscas por informações muitas vezes infrutíferas, mesmo diante de imensos arquivos com as mais detalhadas informações.

A arquivística pode ser entendida não apenas como uma ciência meramente voltada para a preservação e organização de arquivos, mas também, e com grande agregação de valor, ao conhecimento do valor informacional destes arquivos e as complexas relações entre todas estas informações represadas. Contudo, não há definição metodológica cientifica predominantemente aceita a respeito deste manuseio de informações, o que torna insipiente o avanço nestes âmbitos da área em questão.

A principio, documento era sinônimo de papel, hoje, no entanto, quase tudo pode ser considerado fragmento de informação e deve ser contido em arquivos, físicos ou não, e controlado pela arquivologia. Outra mudança cada vez mais impactante é a valorização da informação, o que torna o trabalho da arquivologia proporcionalmente mais relevante a cada dia. A agregação de valor a este segmento da sociedade, faz com que a preocupação com a guarda e manutenção dos documentos seja ampliada.

A “arquivologia pós-custodial” vem nesta vertente de inovação e aprimoramento da ciência objetivando suprir as novas necessidades de busca pelas informações. Nesta visão, há previsão de migração da arquivologia do meio físico para o meio digital, de forma a facilitar seu enquadramento à ciência da informação, que é alinhada à área da computação. Não que esteja sendo pensado o fim dos arquivos físicos, mas sim, o registro virtual das informações contidas nestes arquivos para facilitar a busca e manuseio de seus conteúdos.

Este movimento prevê uma transformação sistemática no trato do documento e das informações ali contidas. Mas há de se ater a respeito de que a virtualização dos documentos torna vulnerável conteúdos potencialmente restritos. E a parametrização destes novos limites deve basear-se na racionalidade, coerência e consistência. Se assim for feito, a arquivologia poderá tornar-se uma das ciências mais influentes num futuro próximo.

Autor: Arnold Gonçalves


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