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Violência contra a mulher.

A violência doméstica ocorre no mundo inteiro, desde o país mais pobre, até o mais rico; e com a mesma intensidade, não tendo, portanto, vínculo com a pobreza. É tudo uma questão de fraqueza existencial masculina, e a miséria simplesmente aflora mais rápida e ferozmente esta agressividade, que é o disfarce para a sua incompetência perante a vida. É o que no popular se diz: Descontar no mais fraco. E o mais fraco em primeira instância é a esposa, depois os filhos, e na falta deles, a mãe... irmã... etc.

Dentro do lar, começa com a violência psicológica, progride para a física, e depois, quando a mulher começa a resistir, passa para a sexual. Desde um passado longínquo, a mulher é preparada para se submeter ao homem, e o inverso, para subjugar; mas com o surgimento do movimento feminista houve uma ruptura neste processo, e estamos dentro da turbulência desta ruptura. Serão necessárias ainda algumas gerações para que a humanidade supere esta fase de transição, e ninguém sabe se as mulheres ratificarão esta nova posição social, ou se haverá um retrocesso humanístico na sociedade.

É evidente que a violência contra a mulher não ocorre somente dentro do seu lar, embora seja a forma mais comum na atualidade, e o motivo é o mesmo, já que o homem, em seu íntimo, muitas vezes inconscientemente, entende que a mulher deva ser sempre submissa a ele, portanto, um ser inferior; afinal, Jesus era homem, e Maria Madalena uma prostituta. Sendo assim, basta a menina sair de minissaia que, neste entendimento, estará pedindo para ser estuprada.

As leis não ajudam muito. Algumas delas, absurdas, foram abolidas há poucos anos. Como por exemplo a possibilidade de o marido solicitar a anulação do casamento caso confirme que sua esposa não era virgem na noite de núpcias. Ou aquela que permitia ao marido matar a esposa por defesa da honra no caso de pegá-la em flagrante cometendo adultério. Muitas ainda persistem dando cobertura para a violência contra as pessoas mais frágeis, mas vai além das leis, pois, ao chegar a uma delegacia quase sempre a mulher se sentirá ainda mais fragilizada e acuada diante de um efetivo policial dominado pelo universo masculino. E se chegar a justiça, não encontrará cenário muito diferente.

Mesmo com toda essa carga histórica contrária, vemos um progresso visível no que se diz respeito a proteção da mulher e dos mais frágeis. É provável que esta violência nunca acabe definitivamente, porém, num futuro não muito próximo, diminuirá a ponto de seus praticantes serem considerados doentes sociais e psicológicos, sendo encaminhados forçosamente aos serviços das assistentes sociais e psicólogas para tratamento, e não o contrário, como ocorre hoje.

Autor: Arnold Gonçalves


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