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Gravidez na adolescência.

Força do acaso? Resultado do descuido? Culpa da ingenuidade? No fundo... O desejo intimo de ter filhos. Qualquer menina é criada para ser mãe, e a virilidade dos meninos está na capacidade de ser pai. O presente ainda repete o passado, mesmo que de forma dissimulada. Ainda há a necessidade da preservação da espécie.

A adolescência é um período de transição, um espaço de tempo entre a dependência infantil e a autonomia adulta. O adolescente goza de relativa autonomia, pois necessita do abrigo financeiro dos pais, mas está livre no que tange ao seu corpo físico. Nele, quando muito, os adultos indicam o corte de cabelo, ou impedem uma tatuagem.

Tendo amplo predomínio sobre seu corpo, a atividade sexual, passa a ser uma espécie de divulgação de poder. Muitas vezes usada como forma de ascender à independência social. Engravidar, em muitas situações tem a mesma ideia de libertação. A pressão da família convertida e auxílio, a cobrança em aconselhamentos. Algumas conseguem obter seu próprio lar, e todas terão no mínimo as atribuições de mãe, coisa de adulto. A família tende a blasfemar no início, mas a seguir, passa a trata-la quase que como adulta. Agora é mãe!

Atualmente vivemos um momento na humanidade onde a gravidez é tida como problema pelas autoridades. A sociedade exige que as pessoas estudem por muito mais tempo para ter alguma chance no mercado de trabalho. E uma mãe adolescente já está bem atrás nesta corrida pelo deus dinheiro. O poder necessita que as pessoas façam parte do círculo de consumo, e a diminuição da pobreza passa pela máxima postergação da gravidez, além do que, o governo evita gastos com saúde, educação e habitação.

Temos aqui um choque entre as tendências do passado recente com as do futuro próximo. O aumento da gravidez entre adolescentes no Brasil se deve a violência familiar, necessidade de liberdade, violência de gênero, fuga, desinformação, baixa escolaridade, situação de pobreza, baixa autoestima, etc. Itens constantes no cotidiano das vilas e favelas das grandes e pequenas cidades. Não se combate a gravidez para acabar com a pobreza, se combate a pobreza para acabar com a gravidez. É que infância e adolescência de pobre é breve, rapidamente eles se tornam “Jovens adultos”.

Autor: Arnold Gonçalves


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