Comunicação

Comunicação: conceitos e nós de sentidos.

O que parece difícil neste tempo de fluidez é definir comunicação. A comunicação constitui-se como um conceito nômade e transdisciplinar. É nômade por inventar vários nós de sentidos em vista de sua imprevisibilidade, seu dinamismo, seus diversificados pontos de vista que apontam para sua natureza fundada na inter-relação com contribuições advindas das mais diferentes áreas, como a filosofia, a história, a psicologia, a psicanálise, a sociologia, a antropologia, a economia, as ciências políticas, a biologia, a cibernética e as ciências cognitivas, que vão reafirmar a confluência de pontos de vista e sua relação com o momento atual. De acordo com Fiske,
A Comunicação é uma daquelas atividades humanas que todos reconhecem, mas que poucos sabem definir satisfatoriamente. As dúvidas subjacentes [...] poderão dar lugar à ideia de que a comunicação não é um objeto no sentido acadêmico [...] mas uma área de estudo multidisciplinar. Assumo que a comunicação é passível de estudo, mas que necessitamos de várias abordagens disciplinares para conseguirmos estudá-la exaustivamente. (FISKE, 1995, p. 13).
Com esse movimento transgressor, delimitaram-se novas metodologias de estudo da comunicação. Comunicar é um termo originário do latim que significa “tornar comum a muitos”, por isso, trata-se de um processo interativo com base em uma troca simbólica compartilhada. No entanto, para compreender as diferentes formas com que o indivíduo se comunica, seja na construção do real quanto do ficcional, é preciso ultrapassar estudos que privilegiem apenas os elementos da comunicação e privilegiar o processo comunicativo, a comunicação.
Muita gente confunde informação com comunicação ou acha que esses conceitos significam a mesma coisa. No entanto, informar não é o mesmo que comunicar. Há muito mais por trás disso. Informação só se torna comunicação quando está agregada ao relacionamento, à interação, ao processo de comunicação no qual todos os interlocutores precisam estar em sintonia, ou seja, o falante/escritor precisa averiguar, constantemente, a competência linguística e o conhecimento acerca do assunto de seu ouvinte/leitor. Uma comunicação está em constante movimento, ou, como diz Marcondes Filho,
A comunicação é a produção de um terceiro a partir da confluência de dois [...] um terceiro entre a primeira e a segunda pessoa, circulando entre suas relações. E só se inicia de fato quando as pessoas baixam suas guardas: o diálogo, em realidade, diz Serres, é praticado por quatro pessoas [...] (MARCONDES FILHO, 2008, p. 13).
Em outras palavras, comunicação é diálogo entre pessoas e entre estas e o mundo.

Extraído do livro “Comunicação” - Autora: Lara Campos – Editora Laureate International Universities - Compre e leia o livro. Vale a pena.

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