Para vencer na vida

Autor: André Luiz

A vida, para toda alma que triunfa no carreiro áspero, é serviço, movimento, ascensão. É a rajada de luta que te conduzirá ao píncaro luminoso, não te suponhas sozinha na jornada áspera. Outras, aos milhares, suam e sangram em silêncio. Passam na cena do mundo, sem o afeto de um esposo e sem a benção de um lar. Não conhecem, como tu, a dádiva de um corpo normal, nem podem guardar os mínimos sonhos que arregimentas no coração feminil. São homens esquecidos e mulheres desamparadas que passam desapercebidos e humilhados, do berço ao túmulo. Respiram em regime de tortura moral e seguem, estrada afora, desprotegidos e dilacerados, aos olhos do mundo, abafando os próprios soluços que, se ouvidos, lhes acarretariam implacável punição. Entretanto, apesar do espesso véu de lágrimas que lhes dificulta a marcha, continuam caminhando impávidos, contando com um amanhã cada vez mais impreciso e distante, que parece ocultar-se, indefinido, nos horizontes sem fim.
Procura servir, fraternalmente, a quantos te reclamem arrimo e braço forte.
Ajuda, antes de procurares auxílio.
Compreende, sem exigir compreensão imediata.
Desculpa os outros, sem desculpar a ti mesma.
Ampara, sem a intenção de ser amparada.
Dá, sem o propósito de receber.
Não persigas o respeito humano que te faça aparecer melhor que és, mas busca, em todo tempo e lugar, a benção divina na aprovação da própria consciência.
Não procures destacada posição diante dos outros; antes de tudo, aperfeiçoa os teus sentimentos, cada vez mais, sem propaganda de tuas virtudes vacilantes e problemáticas.
Age corretamente e esquece as frases vazias ou venenosas da maledicência contumaz.
Socorrendo-te das diretrizes alheias, desconfia das palavras que te lisonjeiem a fantasiosa superioridade pessoal ou que te inclinem à dureza do coração.
Diante da fartura ou da escassez, recorda o serviço que o Senhor te convocou a realizar e produze o bem em Seu nome, onde estiveres.
Lembra-te que a experiência na carne é demasiadamente breve e que a tua cabeça deve permanecer tão cheia de ideais santificantes quanto as mãos repletas de trabalho salutar.
Para que atendas, porém, a semelhante programa, é imprescindível abrir o coração ao sol renovador do sumo bem.
De alma cerrada ao interesse pela felicidade do próximo, jamais encontrará a própria felicidade.
A alegria que improvisares, em torno dos pés alheios, te fará mais rica de júbilo.
Na paz que semeares, encontrará a colheita da paz que desejas.
Estes são princípios da vida radiante. No insulamento, ninguém recolherá a suprema alegria.
Para a Sabedoria Divina, tão infortunado é o pastor que perdeu o rebanho, quanto a ovelha que perdeu o pastor. A desistência de ajudar é tão escura quanto o relaxamento de extraviar-se.
O egoismo conseguirá criar um oásis, mas nunca edificará um continente.
É indispensável, aprenderes a sair de ti mesma, auscultando a necessidade e a dor daqueles que te cercam.

Extraído do livro: Libertação (Pág. 249:251). Psicografado por: Chico Xavier. Editora: FEB. (Compre e leia o Livro, vale a pena)

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