Ave, Rui!!!!

Diário do Estado/Paraíba. "Ligeiros traços", 15 de fevereiro de 1919.

A Paraíba inteira, começa a estremecer, pela candidatura redentora do consagrado redentor da democracia.
O povo, em sua livre espontaneidade já demonstrou a magna simpatia, falando destemidamente pela boca de seu partido.
Regenerador será, de nossa pátria tão aviltada pelos incompetentes, e nulos; de nosso povo entregue à maldição nefasta do analfabetismo; de nossa alma tão impregnada pelo germe pecaminoso das organizações políticas.
Rui é o ideal bem-dito, o único onde vejo a salvação do Brasil; Rui é o portento do liberalismo, e a sua vida tem sido uma série contínua de benefícios e glórias.
Devemos elevá-lo a mais alta magistratura do país, cumprindo um significante dever, rendendo todos os brasileiros puros e sensatos, uma justa homenagem de gratidão.
Rui é a maior necessidade do Brasil atual, somente o seu gênio benigno e incomensurável poderá impor o nosso nome ante o mundo em formidáveis transformações.
Ele é o cantor da liberdade, o Davi imaginoso que tece hinos de glórias ao trabalho nobilitante; o Homero novo, de uma nova Grécia, inspirando-se, porém, nas maravilhas esplendorosas da paz. Homero cantou Tróia incendiada e Rui Barbosa tangendo as cordas de sua lira cantou a soberbia do rei Guilherme, e o triunfo da razão.
Nada mais necessário, mais justo, e preciso para nós, do que sermos dirigidos pelo nosso máximo representante, pelo supremo e soberano filho da América livres.
Apóstolo sagrado, de uma sagrada Ideia, a de, com dignidade, servir à pátria; as forças indomáveis de seu gênio têm sido até hoje, o impulso másculo e grandioso do soerguimento nacional.
Ele engrandece a sua pátria, e envaidece seu povo pela sapiência incomparável de seu espírito, pela honradez imaculada de seu critério, e transparência de sua vida de estadista.
Evangelizador da religião da moral, doutrinador dos mais santos princípios, Rui, o pai bom e dedicado, diz que a verdade não se impacienta; porque é eterna.
Eterno como todas as verdades, convicto como todos os firmes, puro como todas as virtudes; Rui é a eternidade do gênio, a convicção do ideal, a pureza do santo.
A mocidade que preza o seu valor, que ama e venera o trabalho e pensa no futuro, deve, ou melhor, está obrigada, a sagrar o nome de Rui entre ovações de triunfos e palmas de vitórias; porque somente ele neste momento terrível é a esperança da mocidade que é a pátria vindoura.
Sim, seja Rui Barbosa o nosso guia, o escafandrista do mar de nossa redenção; sim, na santidade apostólica de sua velhice, como Pedro da Galiléia, o consolidador da Igreja de Cristo, seja ele o consolidador de nossa República, tão infestada pela imoralidade administrativa dos ignominiosos inimigos da liberdade e da justiça.
Ave, Rui!
Fonte: www.funesc.com.br