Era uma das últimas noites do Carnaval de 1855

Havia menos estrelas no céu do que máscaras nas ruas. Fevereiro, esse mês inconstante como uma mulher nervosa, estava nos seus momentos de mau humor, o folgazão Entrudo ria-se de tais severidades e dançava ao som do vento e da chuva, e sob o dossel de nuvens negras que se levantavam do Sul. Graças à cheia do Douro, a cidade baixa podia bem prestar-se naquela época a uma paródia do Carnaval veneziano.
Escritor português de ascendência materna britânica. Júlio Dinis, pseudónimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, ingressou em Medicina no Porto, curso que terminou brilhantemente.
Sofria de tuberculose, que o vitimou (tal como sucedera anteriormente, em 1844, com sua mãe e, em 1855, com dois irmãos), e o levou a viver em zonas rurais, como Ovar e a Madeira. O escritor começou assim a contactar com as gentes e costumes do povo.
Fonte: atuleirus.weblog.com.pt