Confusões na história literária

Ana Luísa de Azevedo Castro (São Francisco do Sul, 1823 – Rio de Janeiro, 1869) foi uma escritora e educadora brasileira, considerada a primeira autora de um romance de Santa Catarina.
Ana Luísa de Azevedo Castro foi autora do primeiro romance catarinense, D. Narcisa de Villar, que publicou em 1858 sob o pseudônimo de Indygena do Ypiranga, no jornal A Marmota, em folhetim e, no ano seguinte, em livro. A obra, de temática indianista, não entrou para o cânone literário, visto seu apagamento desde a publicação. Publicou também, no mesmo periódico, diversos poemas e um texto comemorativo do Dia da Independência.
Foi professora e diretora de um colégio feminino no Rio de Janeiro, onde lutou pela educação feminina. Tornou-se membro honorário da Sociedade Ensaios Literários em 1866. Faleceu, ainda no Rio de Janeiro, em 1869, aos 46 anos.
Sacramento Blake, em seu Diccionario Bibliographico Brazileiro, erroneamente fez um verbete sobre Dona Narcisa Villar, classificando-a como a escritora de uma obra chamada Legenda do tempo colonial pela independência do Ypiranga (mistura do subtítulo, Legenda do tempo colonial, da obra de Ana Castro com o pseudônimo da autora). Essa ideia foi perpetuada e a confusão se deu devido ao fato do autor não ter lido o livro D. Narcisa Vilar, o que ele explicita em seu dicionário: “Sinto não poder dar notícias suas, porque só a conheço pelo seu trabalho, que nunca vi”.
Uma confusão semelhante foi feita por Ignez Sabino em seu livro Mulheres Illustres do Brazil, no qual ela atribui D. Narcisa de Villar a Anna de Lossio e Seilbitz, misturando o nome de duas autoras, Ana Luísa de Azevedo Castro e Bárbara de Lossio e Seilbitz. Essas confusões foram apuradas e descobertas por J. Galante de Sousa em seu artigo “Duas escritoras e um problema de autoria”, o que contribuiu para os estudos e teses de Zahidé Muzart, pesquisadora e editora catarinense, responsável pelo resgate de Ana Castro.

Fonte: pt.wikipedia.org