Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel das paixões que me arrastava
Ah, cego eu cria, ah !mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana!
De que inúmeros sóis a mente ufana
A existência falaz me não doirava!
Mas eis sucumbe a Natureza escrava
Ao mal, que a vida em sua origem dana.
Prazeres, sócios meus e meus tiranos,
Esta alma, que sedenta em si não coube,
No abismo vos sumiu dos desenganos.
Deus. Ó Deus! Quando a morte á luz me roube
Ganhe um momento o que perderam anos:
Saiba morrer o que viver não soube!
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