Nome do Escritor: Ismael Machado
Data de Nascimento: 28/03/1978
Local de Nascimento: Caarapó MS
Outros instantes, versos soltos, quase desconexos
As brancas nuvens do firmamento demonstram pureza.
Alvas feito neves, nuvens são sonhos.
Amanhece e o sol aquece acima das mais brancas nuvens
o coração se abre para ver a vida desabrochar...
Vida branca, pura, linda, leve qual brancas nuvens
acima dos erros dos homens.
Deus, as nuvens revelam santidade.
Ouça-as proclamando: Santo, Santo, Santo...
cada floco Te exalta, Senhor!
Vai raiando um esplendor aqui dentro,
tempo novo no meu céu, de renovo no meu solo.
Sou brasileiro cor de anil, com clareza, anil da cor do céu.
Formação Acadêmica: Administração
Menino carpido
Ao sol causticante, e a passos bem lentos, meio-dia,
menino caminhas, ao par o teu pranto
em sentido de lástima vais derramando.
Chorando tua dor e carpindo o teu trecho
fazes penar e novamente copioso o teu choro chorar.
Feito canto triste, triste, carpido lamento, sofrido e com eco...
Local onde vive: Campo Grande MS
Somos matéria dos sonhos
Vagalume a vagar
em noite escura, sem luar.
Pirilampo na escuridão,
pirilampo, pirilampo,
iluminando a solidão.
Onde, você, vagalume,
que vagava na infância
e iluminava
o mundo inteiro de criança?!
Onde, vagalume?
Será ainda vaga com lume
em noites estreladas
de sonhos infantis?
Pirilampo na escuridão
pirilampo, pirilampo,
iluminando a solidão.
EMAIL: machado.ism@gmail.com
O que temos sido?
O problema de nossas vidas, a chave para muitas respostas
é também o problema de ser... Ser de fato quem somos,
sem peias, nem meias, de ser pela metade.
Queremos ser tanto através do quanto temos...
Há uma luta, um conflito em nós. Confundir ser com ter.
E vamos anexando tantas coisas,
como se elas fossem pedaços de nós mesmos...
Nessa luta o ter sobressai-se tantas vezes,
que já não sabemos quem somos
se o que temos, ou se nós mesmos.
O agente do censo
Pena! O censo só conta a idade cronológica,
não percebe o esforço hercúleo
de parecer mais novo o biológico,
entre dietas e cuidados.
O censo, sem senso, ignora as personagens
dos livros de literatura,
moradores da mesma casa comum,
viventes, transeuntes entre nós.
Apenas uma nota poética: um contrassenso.
Livros publicados:
Folhas de março, 2006 - Folhas brasileiras, 2010 - Sonho e pó, 2013 - Folhas ao vento, 2015 - Quatro estações, 2018
Jeito natural
Que canção é esta Drummond?
Nenhuma mãe se vê ao espelho,
os homens adormeceram,
as crianças aos prantos, neste mundo cão,
o esperar é vão, os amigos se foram,
não há quem saudar.
As palavras não expressam o conceito da angústia.
O poeta prepara um poema em que
falam as mães emudecidas, e os filhos mortos
retornam felizes das guerras perdidas.
Canção de impossíveis aos humanos,
os deuses a cantarão.
Dança circular
Ciranda, cirandinha,
quase ninguém mais quer ou sabe cirandar.
Ciranda, cirandinha,
vamos dar a meia volta inteira
e ao lugar de primeiro tornar a cirandar.
Será?! A gente ainda sabe se amar?!
Poeta, arte-educador, escritor e editor. Partícipou do Salão do Livro de Paris, em 2012, da 24a. Bienal Internacional do Livro de SP, em 2016, e ganhador do troféu Castro Alves de Literatura em 2019.
Saramandaia
À meia-noite, o medo;
fantasmas inomináveis percorrem a casa.
À luz da lua-cheia, vagam vampiros,
lobisomens, sacis-pererês.
Na alvorada, por pena d’eu,
simples espectador imerso na cena,
o sabiá irá cantar e afugentar as sombras.
Nesta hora d’aurora, acordarei
junto às borboletas, sem precisar me esconder...
Cristais e borboletas para o Quintana
Por um instante, as implacáveis solidões noturnas foram preenchidas.
Os grilos tornaram-se lindas e frágeis borboletas,
coloridas ao som da sua voz.
Entretanto, d’outro modo, as britadeiras de cristais
continuam e perfuram o peito.
Que importa? Importam os puros valores, sinceros,
os quais valem mais que os diamantes.
Site/Blog: www.ismaelmachado.blogspot.com.br
Lisboeta
Amada Lisboa, de Camões, de Pessoa,
de Florbela e tantos outros poetas
de todos os tempos.
Reconheço-te em cada nome,
em Saramago, amo-te com os teus fados,
com o teu passado de glórias.
Navego contigo desde mares remotos,
desde a Língua Portuguesa,
em tua e em minhas entranhas.
AGORA comentários para o autor.
Comentários:
Gostaria de saber se você é o único poeta a usar pseudônimo de Fernando Bandeira?
Dilza - Juiz de Fora MG
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