Nome do Escritor: Queiroz Filho

escritor Queiroz Filho

Auto-Destrato

Anão, cabeça chata, falso cético;
Consolador de putas e viados,
O vadio que só conta os feriados
E diz que o celibato é antiético...

Pobre infeliz!... Insano Epilético,
Descabaçou a prima dos dois lados,
Entrou na Catedral de pés atados,
Dizendo que Jesus era patético!...

Desbravador de Orgíacas pelejas,
De Dionísio teve honroso estudo,
Idólatra das Musas mais sobejas,

Cá exaltando o néscio vício a tudo,
Já ébrio o rabo enfada de cervejas,
E sem um só Amor, se diz cornudo!...

Local de Nascimento: Tacaratu PE

Spiritus Junctus

Que angustiante falta tu me causas,
Não sei mais nesta vida ser sozinho,
Porque sem ti os dias são só pausas
Na espera pela Luz de teu carinho.

E nesta impaciência eu me definho
Nas tétricas visões de Almas falsas,
Prostradas como eu no descaminho
Da inércia de que tu não te exalças...

Pois neste calabouço é onde habito,
E nele infaustas horas me extraviam
Esta ânsia de sorver bem do infinito

Os sonhos que de nós tanto sabiam,
E eram em minha vida um ledo rito,
Onde em teus olhos céus se erigiam..

Formação Acadêmica: Letras/Unicsul (Incompleto)

escritor Queiroz Filho

Soneto Tergiversado

Nenhuma vida é isenta de percalços;
Nem sempre os anos são laboriosos;
Nem todos os amigos são bondosos
Nem todos os amores serão falsos;

Nenhum lábio terá só beijos salsos;
Nem só os infelizes são queixosos;
Os erros nunca são só desastrosos;
É livre arbítrio ir de pés descalços

Pela longa estrada onde há cardos,
Porém, a dor suportes de teus fardos, 
Não ates a burrice à imprudência.

Preserves do silêncio, a integridade,
Que um dia ostentarás da Liberdade 
O gozo mais sublime: - A consciência!

UM LÍRICO EVADIDO José Nilson de Queiroz é natural do estado de Pernambuco. Nasceu do dia 15 de maio de 1980. Residi em São Paulo desde os dois anos de idade. Iniciou na poesia aos vinte anos, escrevendo em sua maioria poemas de ordem fixa. O seu pseudônimo literário é Queiroz Filho. Participou de algumas antologias como: “sonetos eternos” e “amor e paixão” ambas da mesma editora, sendo este o seu primeiro livro solo. Sua maior inspiração é o grande poeta Paulista: Glauco Mattoso.

Tua Alma

Por mais que a certeza me torture,
E contristada a minha voz arqueje;
E que o teu beijo vago inda deseje;
E, eu, o teu mistério não mensure;

E aos teus formosos pés, ai rasteje;
E a inexprimível dor aqui perdure;
E o teu silêncio insano me censure;
E uma outra boca em Paz te beije;

Não chego a desvendar, ó criatura!
Para deitar, enfim, noutros regaços,
Se isso foi um sonho ou só loucura.

Nem do passado vejo os estilhaços,
Só sei que nestas trilhas de amargura,
Tua Alma é a sombra de meus passos...

Local onde vive: São Paulo SP

A Uma Bela Triste

No vão de tuas pálpebras sombrias,
E em meio ao teu olhar enigmático,
É onde prostro o meu anseio apático
De crer na insensatez das alegrias.

Supondo que macabras fantasias,
Dum solitário moço sorumbático,
Que desprezou o tal sorriso sádico
De seu destino atado às letargias

Recriariam mil sonhos defuntos,
E no caminho nos poriam juntos
Daquelas Almas bem-aventuradas

Que ao êxtase Fantástico da vida,
Renascem quão uma Fênix vencida,
Para a unção das bestas expurgadas...

Data de Nascimento: 15/05/1980

Complexo de Geisy

Em uma faculdade repressora
Com trajes de lascívia elegância,
Entra a universitária promissora,
Dotada de pujante abundância.

E logo, execrada sem instância
Pela falsa irmandade redentora,
Constata a lancinante ignorância,
Da tal gentalha lesa e ditadora

De Caralhos carentes de carinho,
Que da concupiscência camuflada
Aguça o putrefato ato mesquinho...

Pois o motivo a tanta marmelada,
Não foi, decerto, o mero vestidinho,
Mas o desejo em vê-la ali currada!...

EMAIL: poetaqueirozfilho@gmail.com

Verás

Verás que me amaste, Amor, um dia
Quando em lúbrica Dor estremeceres,
Por já minhas lascivas mãos não teres
Para encendiar-te est' Alma fria.

Que nem sequer, ao menos, balbucia
Qual dantes um gemido para creres
Que de meu longo afago, os prazeres,
O alvo corpusc'lo teu não carecia.

Mas se te enredas já a outro sujeito,
Enquanto a Outra chamo de Rainha,
É que sei que esse não fará bem feito...

Visto que sua boca mui mesquinha,
Nem mesmo tocará teu ardente peito,
Pois antes lhe dirás que és só minha...

Livros publicados: Opúsculo Abissal (livro solo)

Livro Opúsculo Abissal

Maísa

Tu que abrandas as mágoas tardias
Deste meu frágil peito emurchecido;
Tu que dás vida, Cor, Alma e sentido
À assombrosa nódoa de meus dias;

Tu que me és na vida o bom messias
De quem anseio o abraço tão querido;
Tu que me surges qual o Amor banido
Pela indolência atroz das frases frias...

Tu que meus olhos ébrios, penitentes,
Replenas de um pranto alegre e vivo,
Bem sabes que estas dores indecentes

Que os ouvidos te gastam sem motivo,
Apenas são expressões inconsequentes
De quem, da tua vontade, está Cativo.

Site/Blog: opusculoabissal.blogspot.com.br

Laura

Não sei amar, ó Laura, tuas prendas
Como queres que eu, assim, as ame,
Amor, me não bradou um só reclame,
Nem fez surgir ao peito suas fendas...

E dantes que de mim te arrependas
Privar-te-ei de tais ânsias infames,
Pedindo que a mim tu não derrames
Este teu Casto pranto, só entendas

Que há muito tenho a voz esvaecida
De indagar se o Amor é um Paraíso
Ou o mais macabro Inferno dessa vida!...

E cá a lembrar do alvor de teu sorriso,
Prenunciando o Adeus da despedida,
Na Luz da minha Alma, te eternizo!...

AGORA comentários para o autor.

Delírio Vago

Nos meus vagos fetiches delirantes
Cá eu vejo-te tão nua e sem pudores,
Mirando estes teus seios tentadores
Em meus rixosos lábios tremulantes.

E no gozo ilusório desse instante,
Nós somos até mais que pecadores,
Nós somos a discórdia dos amores
Num retrato caído sobre a estante...

Talvez eu seja mais outro covarde,
Ou o louco que saiu de um hospício
Somente pra colher flores na tarde!

Já não sei distinguir gosto de vicio...
Oh! Náufrago perdido nesse mar de
Estúpidas paixões sem fim e início!...