Almada Negreiros pinta murais em Madrid. E, entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.
Em 1918 morrem Amadeu e Santa Rita. Companheiros que se perdem...
Almada decide ir para Paris no ano seguinte. Não procura os mestres. Mas faz procuras. "Eu gosto de procurar sozinho para me encontrar com todos"
Vive numa mansarda na Rue de Notre Dame de Lorette. Para viver trabalha como dançarino de salão, bailarino numa boite, empregado de fábrica.
Regressa a Lisboa em 1920. Dedica-se essencialmente ao desenho. Faz capas de livros, cartazes, desenhos humorísticos. Escreve textos. Sempre a multiplicidade. Sempre a procura:
"Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria. Deve haver certamente outras maneira de se salvar uma pessoa, senão estarei perdido."
Nunca se perderá!
O café A Brasileira é o ponto de encontro de artistas. Possui um espaço que destina aos quadros de artistas. Em 1925 é a vez de Almada. Dois painéis são expostos. Num deles o auto-retrato, entre amigos. Almada também é pintor...
Em 1927 vai para Madrid. Colabora em várias publicações espanholas, Cronica, La Farsa entre outras. Escreve El Uno, tragédia de la Unidad - obra composta de duas peças que dedica à pintora Sarah Afonso. Há-de vir a ser sua mulher.
Ainda em Espanha colabora com arquitectos. Faz murais na Cidade Universitária de Madrid, nos cinemas Barceló e San Carlos e no Teatro Muñoz Seca. Estas duas últimas obras hão-de desaparecer durante a guerra.
Em Espanha, prenúncios de agitação. Melhor será regressar à Pátria.
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