Poeta, dramaturgo e contista paulista (12/9/1831-25/4/1852). Nascido em São Paulo, Manuel Antônio Álvares de Azevedo é o mais representativo poeta da geração romântica do "mal do século". A "vontade da doença", a morbidez, a obsessão pela morte, o tédio e o constante pessimismo são traços de sua estética byroniana. A visão do amor é platônica, com imagens de donzelas ingênuas e inacessíveis, em versos de sentimentalismo extremo: "E a teus pés, de joelhos, crer ainda / […] / Que eu posso na tu'alma ser ditoso, / […] / E no teu seio ser feliz morrendo!". Sua obra mais conhecida é a coletânea de poemas Lira dos Vinte Anos (1844), publicada postumamente, como todos os seus trabalhos.
Escreve ainda o livro de contos A Noite na Taverna (1878) e a peça de teatro Macário (1855). Começa seus estudos no Rio de Janeiro e, em 1847, ingressa na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo. Destaca-se por sua facilidade em aprender línguas e por seu espírito jovial e sentimental. Durante o curso, produz uma peça inspirada em Otelo, de Shakespeare; traduz Parisina, de Lord Byron; funda a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano; e dá início ao drama O Conde Lopo, do qual só restam fragmentos. Inspirado pelas Ideias românticas de Byron e Almeida Garrett, aborda temas como a descrença, a morbidez, o anticlericalismo, o prazer pelo sofrimento e o amor e a morte. Participa ativamente de grupos literários, entre eles a Sociedade Epicuréia. Escreve Se Eu Morresse Amanhã, um de seus poemas mais famosos, já com tuberculose. Morre no Rio de Janeiro, aos 20 anos.
É interessante ressaltar que Álvarez de Azevedo demonstrou uma inteligência incomum para sua época, apesar de demonstrar, devido á pouca idade, imaturidade na linguagem e no estilo. Pena que tenha sido dominado pelo tédio e ceticismo, apresentando a descrença e o satanismo até mesmo no lírico amoroso, no qual o amor e a felicidade se mostram como coisas inatingíveis.
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