Para alguém como um beijo

Autor: Jader Santini

Contato: jjat@terra.com.br

Quando a noite inicia escura, quando o descambar do sol se torna rubro e as trevas da noite assumem o controle, quando o vento vem levando as folhas velhas do chão sujo... a cidade pulsa, pulsa num pulsar inquietante levando seus filhos a seus destinos. A alma do homem se liberta e vaga solenemente entre os prédios frios, sujos e escuros. Movimento e energia que mistifica a noite e seus asseclas.
A cidade não morre na noite, ela vive e respira tão viva quanto vive num dia, ela vive vivendo de forma viva e pulsante na vida eterna que leva. Vida, movimento e energia que mistifica a noite e seus asseclas... eu sou o mar, a bruma, a brisa, o vento, a forma, a energia que sozinha atua as vezes de forma rápida, as vezes lenta, as vezes sozinha e triste... no balanço da onda eu ando, no ventar do vento eu respiro, na pedra e na areia eu piso, nas folhas das árvores e em todas as plantas eu toco.
Energia e forma mistificando a noite e seus asseclas... na mais linda flor eu sinto, no mais belo dos beijos eu gozo, no mais longo carinho eu me entrego, na mente do homem e dos animais eu vivo... eu sou a forma, o nada, o simples, o complexo, o difícil, o fácil e o mais formoso. Sozinho me sinto. Não tenho ninguém, estou sem você, que de longe via e tão perto sentia. Olhos nos olhos e mãos quentes na penumbra... seus feitos e desfeitos, tão perfeitos para mim.
Na forma doce e cintilante de amar. vida, energia e forma, que mistifica a noite e seus asseclas... eu sou ninguém e nem espero ser, sou um nada de pouca importância, sem nada interessante a oferecer, espero apenas ter sua atenção por poucos segundos e espero ser pelo menos um dia... feliz.

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