TEMA

Ser mãe

“Ser mãe para mim é a coisa mais linda que podia ter me acontecido. Quando fiquei grávida, achava que o mundo iria me engolir. Mas eu vi que eu é que engoli o mundo. Era muito amor, muita proteção, muito carinho; que tinha para dar para aquele ser tão pequeno. Hoje já faz sete anos, mas o meu amor continua grande”. Sílvia – São Paulo SP.


A Sílvia solicitou uma redação, que ela mesma já começou a escrever em seu pedido. Na simplicidade da exposição de seu sentimento, ela define basicamente a situação de ser mãe. A beleza da situação; os medos; a insegurança; o envolvimento; o amor do tamanho do mundo; o crescimento do sentimento de proteção; de carinho; de apego àquele ser tão indefeso... A origem deste amor tão grande é um fenômeno realmente intrigante para os céticos estudiosos.

De forma geral, a figura da mãe é tida como sinônimo de amor incondicional e de dedicação absoluta. Mas será que sempre foi assim? A importância desta figura sempre foi de fundamental importância para a sociedade? Então fui buscar na história e realmente constatei que nem sempre foi assim. No século XVII, a mulher mantinha seu foco totalmente no seu homem, seu objetivo era o de agradá-lo a qualquer custo, e com isto, as crianças eram relegadas a segundo plano, quando não, tratadas como estorvo. Como acontece com boa parte dos animais, as crias deviam ser desmamadas rapidamente e disponibilizadas para o mundo o mais rapidamente possível.

Não precisamos voltar no tempo para entendermos que nem todos comungam desta renuncia feminina pela maternidade. É comprovado que quanto mais civilizada e abastada a civilização, menor o número de mulheres que se dignificam a produzir o nascimento de uma nova vida. Ainda assim, muitas das que têm um filho, delegam as suas criações para outras pessoas, muitas vezes serviçais pagos para realizar este trabalho. O foco aqui é a auto realização profissional, social e pessoal. A presença de um filho em sua vida é só mais uma peça em seu mosaico de conquistas.

Conscientizados de que simplesmente ter uma mãe não é garantia de que seremos amados e protegidos, vamos agradecer a nossa, independentemente se ela está enquadrada na melhor e ideal definição de mãe. Se você ainda tem a sua mãezinha junto a ti, não deixe de agradá-la da melhor maneira possível, lembre-se de que ela abdicou de boa parte de sua vida como ser humano e mulher, para servir a este bebezão que você tornou-se ao crescer. Que tal começarmos a retribuir um pouco esta dedicação, e quem sabe um dia poderemos ler uma redação com o título “Ser filho”.

Autor: Arnold Gonçalves


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