Começar de novo - Capítulo 1

Autor: Valdir Sales Pitombeira Filho

Contato: valdirsalespitombeirafilho@hotmail.com

Chovia muito forte em meio a auto estrada, os faróis do carro de Breno cortavam a serração que fazia, devido a neblina intensa no velocímetro marcada 230 km por hora, o som era alto demais e Breno estava empolgado com o novo brinquedo que acabará de ganhar do sogro, próximo dali uma carreta em alta velocidade, seguia em direção contraria, o motorista estava bebendo café e enquanto dirigia, o balanço do carro, faz com que ele derrame café quente em suas pernas, a dor e intensa e ele perde o controle do carro que agora segue na outra mão, quando ele tenta voltar para a mão certa se depara com o carro a sua frente, ele tenta frear, há um barulho enorme de frenagem, e a carreta desliza na pista molhada, fazendo um L e se choca com o carro de Breno dois veículos partem para sentidos diferente o carro de Breno é jogado para o acostamento e cai numa ribanceira, quebrando árvores que estavam a sua frente até parar alguns metro depois, a carreta consegui parar alguns metros atrás... após parar, sobe uma fumaça de poeira o carro para, o motorista então percebe que nada sofreu, ele respira fundo e olha pelo retrovisor e vê que algo de muito grave aconteceu, desce apavorado e corre até a ponta do despenhadeiro... olha a situação, chovia muito forte e ele pega o celular e liga para a emergência. Minutos depois o corpo de Breno é retirado do carro e colocado numa ambulância que sai em alta velocidade.
FACHADA DE UM HOSPITAL:
UMA AMBULÂNCIA ESTACIONA RAPIDAMENTE, PARAMÉDICOS CORREM E TIRAM BRENO EM UMA MACA, AS PORTAS SE ABREM E ELE DA ENTRADA NA SALA DE CIRURGIA... TODOS ESTÃO PREOCUPADOS, HÁ UMA AGLOMERAÇÃO DE PESSOAS, MÉDICOS, ENFERMEIROS, TODOS AO LADO DA CAMA TENTANDO REANIMÁ-LO.
Breno__Eu tinha uma vida ótima, tudo estava indo conforme eu tinha planejado, alcancei tudo, poder, fama, prestigio... nada me faltava, bem, eu achava isso, sabe, as vezes a vida nos prega certas peças e eu tive que aprender da pior forma possível, mas essa história não começa aqui... essa história começa a quinze anos atrás, quando eu nem imaginava o que a vida ia trazer para mim, e nem imagina em tudo que eu me tornei, era o começo da minha carreira, era o começo da sentença, tudo começou naquela rodoviária... naquele dia cinzento... foi lá onde tudo começou. À quinze anos atrás e eu ainda me lembro, como se fosse hoje. ___Aos poucos a imagem de Breno se transforma, há uma fumaça branca que vai se decepando, até aparecer uma imagem de uma pequena cidade.
15 ANOS ATRÁS
SMALLTOWN
Chovia fino, naquela cidade, pessoas corriam para se proteger da chuva, na pequena rodoviária... um ônibus encosta na plataforma, Luciana estava em pé com um lenço na mão... detalhe... ela chorava... Breno pega a sua mala e próxima dela.
- São apenas seis meses, passa logo. Você sabe o quanto isso é importante pra mim, é a minha chance, você sabe o quanto eu lutei por isso, você deveria me apoiar.
- Eu estou contente sim, mas... Eu estou com medo, depois que você entrar naquele ônibus, você esqueça tudo... esqueça de mim, do nosso casamento.
- Nunca! Eu estarei apenas lutando por nossas vidas, um emprego desses abre muitas portas... eu posso ter o meu próprio negocio... aqui... ao seu lado. É só uma questão de tempo... assim que eu conseguir o que eu quetro, eu te prometo que eu volto e aí nos casamos.
- Não faça promessas que você não possa cumprir... Eu sei disso... Você odeia essa cidade... eu sei, e sei também... que nunca mais eu vou vê-lo...
- Eu te amo... Acredita nisso. Eu voltarei sim... Possa ser até que para te levar comigo... a nossa história independe dessa cidade, de tudo, eu estou indo pra construir um nosso futuro... aqui... ou em qualquer outro lugar... acredite em mim.
- Espere! - Luciana entrega uma foto deles juntos. - É para você não esquecer de nós... da sua promessa, vou orar muito para que você tenha sucesso meu amor, mesmo que isso... signifique... você estar longe de mim, mas eu entendo, eu sei que eu não posso impedir que você melhore de vida, é seu sonho, por mais que isso me doa eu sei que é para o seu bem... vá em paz!__ Breno pega nas mãos de Luciana.
- Eu prometo você meu amor, será por pouco tempo, assim que as coisas se acertarem... eu volto pra te buscar... e teremos a vida que sempre sonhamos, a vida que merecemos.
Breno beija Luciana, pega a mala e entra no ônibus, aos pousos o ônibus se distancia e Luciana ficava acenando, aos poucos ela enxuga as lágrimas e sai cabisbaixa, na estrada Breno olhava a paisagem, pela janelas.
- Adeus cidadezinha... Até nunca mais. - Breno pega a foto de Luciana. - Ah minha querida... infelizmente, você não estará nos meios planos, você pensa pobre demais, eu preciso de uma mulher ao meu lado, que me impulsione... mas espero realmente que você encontre um caipira que te ame... e te dê a vida que você tanto deseja ____Breno rasga a foto, e a joga pela janela.
...estava feliz... Sabia que seu futuro estava apenas começando, anoitece o ônibus corta todo o estado, ele continuava acordado, olhando a vista... em casa Luciana estava lendo a bíblia em seu quarto, no criado mudo ao lado, ele olhava a foto de Breno, ela pega a foto coloca em seu colo, estava triste, sabia que nunca mais iria ver ele de novo, ela sabia que a ambição de Breno... o faria esquecer tudo.. ela aperta o porta retrato e se encosta no travesseiro, o dia amanhece e o ônibus estaciona na cidade, eufórico... Breno desce, ele fica admirado com tudo o que ver... trânsito caótico... enormes arranha-céus... taxis por todos os lados... Breno estava visivelmente feliz.
- Eu consegui! Eu consegui! - Breno pega as malas e sai da rodoviária pegando um taxi em seguida.
15 anos depois.
Um apartamento luxuoso... Com uma bela vista da cidade, Breno tomava seu café numa enorme mesa de vidro com um suntuoso café da manhã, um garçom servia ele.
- Espero que esteja como o senhor gosta senhor Breno.
- Está perfeito Adam.
- Sua roupa já esta pronta em sua cama senhor.
- Ótimo... E a reserva do restaurante?
- Está confirmada, a sua mesa também, mandei reservar o vinho de sua preferencia também... mais alguma coisa senhor?
- No momento não... Bem eu tenho que ir agora. Ele joga o guardanapo na mesa e sai em direção ao seu quarto... após o café, ele se dirige ao quarto, onde abre algumas gavetas, detalhe havia dezenas de relógios. todos de último tipo, ele escolhe um, depois se olha no espelho, abrindo outra gaveta com centenas de gravatas de seda, depois que escolhe uma, ele se olha no espelho... verifica toda a roupa no espelho..
Corta para:
Em seu carro conversível... Breno passa pelas ruas a caminho de seu trabalho. Após estacionar seu carro... Breno dirige-se ao elevador. Todos o cumprimentam na ante sala da presidência, todos aflitos... correm de um lado a outro... a porta do elevador se abre e ele entra, Gessica segura logo a sua mala.
- Bom dia senhor Breno. Teve uma boa noite?
- Melhor impossível... Otton já chegou?
- Sim, está na sala dele a sua espera.
- Ótimo.
Breno atravessa as enormes sala até chegar a sala principal, detalhe na porta a placa, presidência, ao entrar na imensa sala... Otton estava em pé olhado a vista, segurando um copo de uísque nas mãos. Ele vira já iniciando a conversa.
- Sabe! Eu estava me lembrando quando eu cheguei nessa cidade, não existia nada disso, nenhum desses prédios, nenhum desses escritórios.
- Nostalgico agora?
- Quando você tiver a minha idade, entenderá o que eu estou sentindo... mais.
- Isso vai durar muito tempo. - Os dois riem juntos. - Bem... Eu tenho que ir, tenho um dia cheio hoje, mais um associado revoltado, sabe daqueles... chatos!
- Há 50 anos eu os conheço, vá... E faça o que você sabe fazer de melhor.
CORTA PARA
Sala de Breno, estava em pé segurando uma xícara na mão, um homem chorava sentado na cadeira.
- Durante 20 anos, paguei em dia o seguro e agora... Vocês dizem que eu não terei o direito a minha cirurgia. Se eu não fizer eu vou morrer...
- O senhor não leu a apólice do seguro... Não temos culpa, está tudo lá bem escrito... o senhor é que não leu... não é nossa culpa.
- O senhor não pode estar falando sério... E sou cliente a 20 anos, nunca usei plano e agora você vem falar em apólice... agora que eu estou morrendo... isso não é justo __O homem se exalta ___eu estou morrendo, será que você não percebe a gravidade disso.
- Parece que você é que não está entendendo... O senhor tem uma doença terminal, a nossa empresa não pode simplesmente bancar um tratamento que não vai dar em nada. É como nadar e nadar e morrer na praia... eu lamento por isso mas somos uma empresa financeira, não uma empresa filantrópica... por isso... eu só posso dizer que nesses casos o contrato é claro... não há cobertura para doenças terminais, portanto... o senhor não tem o direito de vir aqui e cobrar, por algo que não tem direito, eu sinto muito ___ Breno abre a porta, Gessica que estava na ante sala
- Sente muito... É isso que o senhor tem a me dizer, eu estou morrendo... O senhor sabe o que isso significa... eu estou morrendo e vocês dizem que não podem fazer nada!! Nada é isso.
- A nossa empresa, se preocupa com seus clientes, lamentamos muito o que está acontecendo... acredite... se pudéssemos fazer algo... faríamos, mas o senhor tem uma doença terminal... segundo o laudo dos nossos médicos, não há como salvá-lo, seria um gasto desnecessário para a empresa, e para o senhor, que não teria êxito no tratamento.
- Então o senhor quer dizer que eu vou morrer e não posso nem tentar me curar é isso?
- Infelizmente a sua doença... Não tem cura... Lamento.
- Eu vou processar vocês... Vou denunciar aos jornais, vou denunciar, eu tenho meus direitos sim... e vou atrás deles sim.
- Se fosse o senhor não faria isso... A Second Life é uma grande empresa, você acha que mesmo, que conseguirá expor ela ao ridículo... os nossos advogados irão tirar tudo o que o senhor tiver e eu acho um gasto desnecessário ___Ele se aproxima ao ouvido __ é melhor gastar seu dinheiro com o funeral, é bem mais prático, não acha?
- O senhor não tem família? Eu tenho uma família, eu tenho uma família e eu quero viver... eu não quero morrer, e se eu paguei durante vinte anos esse plano é porque eu acreditava que ele me serviria quando eu mais precisasse, e agora o senhor está me dizendo... que eu... que eu vou morrer e não posso fazer nada que a empresa não pode fazer nada?
- Não somos culpados pelas desavenças alheias, mas temos que ser práticos, eu lamento realmente... infelizmente as coisas são assim, eu espero realmente que o senhor consiga algum tratamento especifico para a sua doença, porque a Second Life, não pode fazer mais nada.
O homem sai cabisbaixo da sala... Gessica observa tudo, depois pega a agenda e entra na sala fechando a porta.
- Você não acha que foi muito duro com ele, o coitado está a beira das morte.
- Gessica... O que você queria que eu fizesse, o cara tem uma doença terminal, e queria se tratar as nossas custas... ele que morra! Imagina. A empresa não pode bancar todos os moribundos da cidade, imagine se cada um que tenha uma doença terminal... venha aqui e a empresa banque... é a falência.
- Você não tem coração. - Sorri. - Pobre homem... Saiu daqui arrasado. Sinceramente eu não sei como você consegue agir tão impessoal, frio. As vezes você me dá medo sabia!
- São negócios, apenas, negócios... Uns nascem para ter, outros para perder. Eu nasci para vencer querida. Para vencer.
- Mas você não tem pena desse homem... O coitado pagou 20 anos.
- De que lado você está? Você trabalha aqui... E recebe um bom salário por isso, não esqueça disso... tá... bem eu tenho uma reunião agora, depois conversamos...___ Gessica sai da sala, coloca a agenda sobre a mesa e sai apressada entrando no elevador.
CORTA PARA
Estacionamento da empresa, o homem estava desesperado... Ele abre o porta luvas e pega uma arma, coloca sobre a boca. Gessica para ao ver a cena e grita.
- Não!!!!
O homem atira em sua própria boca... Géssica fica paralisada com a cena, mal conseguia entender o que estava acontecendo ali na sua frente, minutos depois uma ambulância levava o corpo do senhor... Géssica estava sendo amparada por alguns policiais... haviam reporteres que tentavam apurar os fatos.
CORTA PARA
- Foi horrível senhor Breno... Horrivel. - Bebe água. - Eu nunca tinha visto uma cena assim... pobre homem.
- Ao menos agora ele não precisa mais de seguro de vida. É menos uma dor de cabeça para mim... que descanse em paz ___ Breno sai... Gessica ficava pasma com a reação dele.
CORTA PARA:
Breno estava em seu carro, conversível, a música estava alta e ele parecia bem feliz, e não percebe que o seu celular esta tocando, do outro lado era Viviane que insistia em falar com ele.
- Ele não atende! Que droga!
- Calma filha, ele deve estar trabalhando.
- Mas ele marcou comigo... Ah eu vou falar com o papito, ele esta sobrecarregando o meu noivo... isso não vai ficar assim.
- Vivi... Eu estou aqui... Posso te ajudar a escolher as flores dos arranjos, não confia em meu gosto?
- Ah mami... Claro que sim... Mas eu queria que ele estivesse aqui... Ah... Que gosto tem, escolher as coisas do casamento sem o noivo, eu queria que ele estivesse aqui comigo... escolhendo as coisas, ele não tinha o direito de fazer isso comigo, ele me prometeu... ah mas quando encontrar com ele, ele vai ouvir... ah vai... imagina... eu tenho que escolher tudo sozinha... me desculpe mãe... mas ele é meu noivo... ele deveria estar aqui sim... ah mas eu mato o Breno... ah se mato.
- Calma querida!!! Ainda temos tempo... Ainda faltam três meses para o casamento.
- 500 convites foram enviados... A metade da sociedade estará lá, eu não quero e não vou passar vergonha... papai vai ter que dar umas férias ao Breno de no mínimo uns 3 meses... sim... porque temos muita coisa a fazer... e esse casamento vai ter que ficar nos anais dessa sociedade mamãe... ah vai ou não me chamo Viviana Maldonato... ah isso todos vão ver... ah Breno... onde você está? Onde?
CORTA PARA
Num quarto de motel, Breno estava de roupão colocando champanhe numa taça e levando a cama, onde Brunely estava deitada.
- Está gelada como você gosta.
- Obrigada... Mas você não deveria estar vendo as flores para os arranjos da festa?
- Ah não tenho a mínima paciência de aguentar os caprichos da Vivi.
- Mas vocês vão se casar, é bom se acostumar, você em breve será um homem casado, comprometido... sério... se tornará um Maldonato.
- Digamos que o meu casamento minha querida... É apenas um degrau. O último degrau... para eu chegar a onde eu quero.
- A presidência do grupo.
- Exatamente! E quando isso acontecer. Eu despacho aquela insuportável para bem longe.
- Mas não vai ser fácil, Viviane é a coisa mais preciosa para o Otton, se você se separar dela... ah cara! Você perde tudo... já pensou nisso?
- Ele não vai estar aqui para ver isso! - Brunelly sai da cama.
- Como é que é? Você tá pensando em... Apagar o velho?
- Eu não, sou algum assassino! Claro que eu não vou matar o velho... Ele vai morrer por si só.
- O que você quer com isso Breno, eu não estou gostando disso.
- É um segredo meu Brunelly. - Breno se afasta indo a sacada do hotel e fica admirando a vista, quando lembra de uma certa conversa que teve com Otton a seis meses atrás.
FLASHBACK
Os dois estavam na biblioteca ambos em pé, Otton estava visivelmente abalado, Breno entrega a ele um copo de uísque.
- Seis meses... O médico me deu seis meses eu nunca imaginei que eu... O dono... O imperador da Second Life... a maior empresa de seguros de vida do mundo, logo eu esse homem, tivesse uma doença... sem cura... parece uma brincadeira, uma cilada de Deus, sei lá... por toda a minha vida, eu cuidei da vida da saúde dos outros, quando na verdade... da minha, eu nunca cuidei... que ironia do destino... por isso eu te chamei aqui... Breno... Viviane é tudo que eu tenho, mas do que a fortuna, a empresa... e eu sei que ela... é meio infantil, e que Dora por mais que a ame, como mãe... não tem pulso... a criou cheia de mimos... de gostos e esqueceu o principal... de ensinar a ela como é a vida, por isso eu te chamei aqui... eu quero que cuide dela... não só como marido que você vai ser, eu quero que você assuma a presidência do grupo.
- Eu!!! - Breno fica boquiaberto. - Mas eu não sei se eu tenho competência para isso.
- Claro! Eu sei que você tem muito mais competência do que eu, eu percebi isso, no primeiro dia em que eu te vi entrando naquela sala, você me lembrou quando eu chegou aqui nessa cidade, ambicioso... querendo devorar essa cidade, olha onde eu estou, e você chegou aqui também, com competência, e agora casando com a minha filha, e eu ____Se afasta cabisbaixo __ moribundo com os dias contato. Eu deixei um bom patrimônio para ela sim, quanto a isso eu não me preocupo, o dinheiro é bom, mas Vivi precisa de um homem ao lado dela, eu sei que ela vai sofrer muito quando eu me for, por isso, eu te peço... nunca abandone a minha filha... me prometa isso ___ Breno fica parado, sem saber o que dizer.
VOLTANDO AO PRESENTE
- Hei Breno... Você está bem?
Breno se depara com o presente.
- Ah... Me desculpe, eu estava distraido... O que estávamos conversando mesmo?
- Você estava dizendo que o senhor Otton ia sumir, uma coisa assim.
- É que o Otton disse que assim que eu assumisse a presidência, ele iria tirar umas férias... férias prolongadas. Foi isso.
- Breno... É isso mesmo?
- Claro que é isso... Ah Brunelly você está vendo filmes policiais demais, eu vou tomar um banho tá ____ Breno sai.
- Ai tem. Ah se tem!
A água cai sobre o corpo de Breno, enquanto ele pensava em tudo que havia acontecido, após se enxugar e já vestindo o palitó, ele não para de pensar no que aconteceu, ele vai ao espelho... e fica pensativo.
- Presidente... Você é o cara Breno... Você é o cara! - Começa a rir ironicamente.
CORTA PARA
No outro dia, os jornais saem a matéria do suicídio do cliente da Second Life, Breno lia o jornal, enquanto Adam servia seu café, ao passo que ele toma seu café ele, ler a noticia.
- Hum, isso vai me dar muita dor de cabeça. - Ele pega o celular e disca rapidamente ___ Alô Gessica? Sim... sim acabei de ler. Eu quero que você investigue a ficha desse cliente... isso... eu quero todos os dados ok... é, endereço, telefone, nome de filhos, esposa, eu tenho um plano para abafar essas noticias, ok... isso... eu quero um dossiê completo, daqui a meia hora eu estarei ai e quero isso pronto... ok!! Como você não está na empresa? Pois vá para a empresa agora... é uma ordem... vamos... era só o que faltava ___ desliga bruscamente __era só o que faltava... uma bomba nas nossas cabeças e Gessica em casa! Ah Deus, quando eu assumir a presidência, muita coisa vai mudar... ah vai.
CORTA PARA
Gessica chegava a empresa, ainda não havia ninguém nos escritórios, ela começa a procurar por documentos nos arquivos, ela consegue arrumar toda a papelada e coloca em cima da mesa de Breno.
- Está aqui Breno... Tudo sobre o sócio.
- Doeu fazer isso?
- Você sabe que horas são? São quase 7 horas e nos abrimos as nove, você praticamente me tirou da cama.
- O que importa é que conseguimos... Vamos lá eu quero todas as infomações que você conseguiu... o nome dele?
- Luan... Luan Siqueira de Moraes, tinha 42 anos, era casado. Pai de dois filhos, mora no mesmo endereço a 25 anos.
- Como eu imaginava, só idiotas vivem 25 anos no mesmo endereço. E o que ele fazia?
- Ele vendia carros usados senhor.
- Como eu imaginei... Ah Deus!! Tem gente que nasce pequeno... E morre mais pequeno ainda.
CORTA PARA:
Sala de reuniões Eleildes estava furiosa e jogava o jornal sobre a mesa, enquanto Lealdo pegava e da uma rápida lida.
- E agora o que faremos com isso. Mais um escandalo... Graças ao genial Breno. A onde ele estava com a cabeça quando falou com esse senhor?
- Temos que ter calma, não podemos culpar o Breno pelo suicídio do tal homem.
- Até parece que você não conhece o Breno... Com aquele jeito dele, eu até posso imaginar como eu falou com o senhor, para ele tomar uma atitude dessas, boa coisa ele não ouviu.
- Segundo eu soube. O caso dele era terminal, e temos uma claúsula que impede que façamos qualquer tratamento nesses casos. O Breno apenas cumpriu o que manda os estatutos da empresa.
- Eu sei dessa claúsula, mas o que está em jogo aqui, não é essa claúsula, mas sim a maneira que ela foi exposta ao cliente, eu conheço bem o Breno... xiiii como conheço, ele tem aquele jeito de autoritário, o dono do mundo... prepotente como ele é... deve ter humilhado bem esse senhor... o coitado não aguentou saber que não teria tratamento e se matou, meu Deus! Isso vai ser péssimo pra empresa... e quando acontece uma coisa dessas, onde ele está... onde está o Deus! O todo poderoso.
- Pelo que eu sei, ele saiu dizendo que ia resolver isso.
- Imagino o que ele foi fazer, com certeza... Foi tentar apagar o fogo, fogo alias que ele mesmo criou, eu não sei como o Othon não ver que esse cara, não presta.
- Se eu fosse você não falava assim dele, afinal de contas, ele está se casando com a filha do Othon
- O velho golpe do baú... Tá na cara que esse casamento é mais uma armação desse Breno, com certeza com esse casamento, ele vai conseguir o que mais quer.
- A presidência do Grupo?
- Presidência que por direito tinha que ser minha, eu estava aqui no inicio, quando Othon chegou nessa cidade, eu ajudei a criar essa empresa, e vem esse frangote... se torna presidente, isso não é justo, mais deixe estar, eu vou mostrar que esse Breno, não presta é só uma questão de tempo.
- Eleildes... Eu acho que você não deveria se meter nesse assunto.
- Você acha que eu não devo lutar por um direito que é meu... Eu fiz a Secondlife... e eu não vou perder os meus direitos, por um aventureiro desse, e tira o que é meu por direito? Nunca Lealdo, nunca... eu não vou descansar enquanto não mostrar ao Othon quem é o homem de confiança dele... ah... mas eu não descansarei... pode apostar nisso ___Eleildes fica com um olhar fixo.... imaginando uma maneira de destruir.
CORTA PARA
O carro de Breno, para diante de uma casa simples, ele observa tudo... Depois analisa a rua, os vizinhos, ele se aproxima estava com um pedaço de papel nas mãos... e toca a campainha... dentro da casa, móveis simples, uma mulher de preto passava pelas salas, até abrir a porta, assim que ela abre, Breno tira os óculos e a cumprimenta.
- Senhora Laura Palmer? - Laura fica parada diante da presença de Breno ali na sua frente.
CORTA PARA:
Vivi estava furiosa, andava de um lado para o outro a beira da piscina, enquanto sua mãe estava sentada se servindo de um suco.
- Droga! Desligado, mais onde se meteu o Breno. Ele não está no escritório, não está em casa.
- Calma filha, ele deve estar trabalhando.
- Mas nem para a noiva ele liga, que tanto trabalho é esse? Papai é rico... Milionário, eu vou falar com o papai, o meu noivo, não pode trabalhar tanto assim... coitado parece que só ele trabalha nessa empresa, isso não é certo, não é certo. Ah mais eu vou naquela empresa agora mesmo... e eu vou falar com o papai, ele terá que ter dar férias ao meu noivo ah vai... ___ Vivisai furiosa, enquanto a sua mãe nem ligava para o que ela disse.
CORTA PARA:
Voltando a casa de Laura, a conversa já estava iniciada, ela estava chorando.
- Ele era um homem bom, bom pai, bom marido... Meu Deus, eu não sei o que deu na cabeça dele pra cometer um suicídio um homem temente a Deus, foi aquela empresa. Foi ela responsável por tudo, pela morte do meu marido... e eu juro que enquanto vida eu tiver eu vou destruir aquela empresa... em nome da minha família, dos meus filhos, eu vou vingar a morte do meu marido... ah vou!!! ____ Breno fica parado, analisado o que faria agora que sabia dos planos da viúva.

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