Começar de novo - Capítulo 2

Autor: Valdir Sales Pitombeira Filho

Contato: valdirsalespitombeirafilho@hotmail.com

Todos estavam ansiosos pela resposta de Breno, que continuava com seu sorvete, Lealdo impaciente, resolve antecipar a conversa.
- Então Breno? Ccomo foi lá com a viúva? Nos fale algo, estamos todos ansiosos, o que você resolveu.
- Ela vai processar a empresa? - Insistia Eleildes.
- Calma senhores... Hum! Esse sorvete está delicioso! - Breno permanecia alheio a curiosidade de todos na sala. - Bem, deixe eu acamá-los, está tudo sobre controle. Fiquem tranquilos.
- Como tranquilos? Saiu em todos os jornais, é um escândalo, como quer que ficamos calmos diante desse fato?
- Elementar minha cara, eu estive com a viúva... Coitada... Pobre... Está abalada com a morte do marido, e principalmente com o futuro dela e dos filhos, nada que uma boa quantia não resolva, claro, em troca, ela dará um depoimento a imprensa isentado a empresa de qualquer responsabilidade pela morte do marido, há centenas de suicidas nessa cidade, um a mais...
- Parabéns meu caro - Cumprimentava Otto - Eu sabia que você conseguiria resolver esse problema, acho que isso merece um brinde, que tal?
- Mas que garantias teremos que ela não abrirá o bico, afinal de contas foi o marido dela quem morreu. - Indagava Eleildes.
- Posso assegurar que eu tomei todas as precauções para evitar isso, senhora Eleildes, pode ficar tranquila... Essa viúva, não terá como recusar uma proposta que a livrará de dividas, enquanto a memória do marido... uma conta bancária recheada é um ótimo argumento, para se esquecer um louco, como era o caso do marido dela, tão louco que se matou... acho melhor encerramos esse caso... não concorda Otto?
- Claro que sim, proponho um brinde. - Otto se aproxima de Breno. - Eu quero mais uma vez agradecer a você a sua estratégia com certeza irá funcionar muito bem, por isso eu sempre digo... são homens assim de visão que fazem uma empresa funcionar, parabéns ___Todos cumprimentam Breno, menos Eleildes que sai rapidamente.
NA SALA DE ELEILDES
- Eu tenho que confessar, dessa vez o Breno se superou e mais uma vez caiu nas graças do Otto, era tudo que ele queria.
- Mas ele agiu certo... Um escândalo desses não sería nada bom para a empresa, faço minhas as suas palavras, ele agiu como mestre.
- É... Eu tenho que admitir... Dessa vez ele realmente me superou, é bem do feitio de Breno, comprar o silêncio das pessoas, e posso apostar que ele teve ter feito uma proposta tentadora a essa viúva, bem... ao menos nos livramos de um escândalo, entre tantos causados por ele mesmo, dessa vez ele mesmo cuidou pessoalmente, eu só espero que ele aprenda com isso.
- Você deveria olhar o Breno, com outros olhos, está na cara que ele faz de tudo para proteger a empresa, isso não é uma coisa válida.
- Sim... Claro! Mas tanta dedicação... Não sei Lealdo, tem algo por trás desse comprometimento.
- Você é que ver coisas onde não existem.
- Talvez você é que veja ele com outros olhos, mas eu te garanto, ele não é o tipo de dar murro em ponta de faca, algo ele está querendo, e pode apostar.
NA SALA DE BRENO.
Ele estava em seu notebook,quando a porta abre e entra Gessica.
- Já soube da sua proeza.
- Não foi lá muito difícil, eu mostrei a ela, que seria bem melhor ela ficar do nosso lado, do que contra, ela não tem cacife para nos enfrentar.
- Tenho que concordar com você... Bem está aqui alguns documentos para você assinar... Ah sim, a reserva do restaurante está confirmada para as nove horas
- Você comprou o que eu pedi
Gessica entrega uma caixa de jóias. Breno abre e se encanta.
- Nossa... Viviane vai adorar, você tem um bom gosto.
- Com o dinheiro que você me deu, qualquer um teria... Bem, deixe eu ir.
Gessica sai, Breno fica olhando as jóias.
- Ah Viviane! Você nem imagina a surpresa que eu tenho para você... meu amor. - Breno coloca a caixa da jóia numa gaveta.
NA MANSÃO.
Viviane descia as escadas apressada, Dora sua mãe estava no sofá lendo.
- Vai sair filha?
- Sim, vou a empresa, quero ver qual desculpa que ele vai me dar, por ter me dado um bolo... ah mas se ele pensa, que pode marcar comigo e não aparecer, ele está completamente enganado.
- Filha, Breno é um homem muito ocupado.
- Sim! Mas é o nosso casamento... o que ele quer? Que seja um fiasco? Isso nunca... esse casamento tem que fechar essa cidade mamãe, quero matar as minhas amigas de inveja... pode apostar nisso.
- Filha - Dora dobra a revista colocando na mesa de centro e levanta-se indo de encontro a filha. - Eu não sei se esse casamento, vai te fazer bem
- Como assim? Do que a senhora está falando?
- Filha... Olha para mim e me diga, você ama o Breno?
- Claro que eu amo.
Viviane se afasta, tentando disfarçar
- E Lealdo... Você já o esqueceu?
- Lealdo... Lealdo... Sabe que eu nem sei mais quem é ele.
- Vivi.... Vivi... Eu te conheço filha, sei que esta falando da boca para fora, eu não queria te dizer isso, mas eu acho que você fez uma escolha errada... não que o Breno seja mal pessoa, não é isso... mas eu não sinto da sua parte um sentimento verdadeiro por ele.
- Não foi a senhora mesmo que me ensinou... Que primeiro a mulher se casa, depois se apaixona pelo marido, não foi assim com a senhora e o meu pai? Pois então, eu me caso com Breno, e depois... depois eu me apaixono.
- Filha, o que eu quis dizer, é que para se casar, temos que ter certeza daquilo que queremos, e não por estar apaixonada, isso não, mas daí a se casar sem amor, por capricho.
- E quem disse que é capricho? Eu gosto do Breno... Aliás a senhora deveria me agradecer, afinal de contas eu estou casando com o vice presidente do grupo de papai, o homem de confiança dele, o que a senhora queria, que eu me casasse com um empregado qualquer, como o Lealdo?
- Lealdo não é um simples empregado, ele faz parte do conselho, é um homem sério, dedicado... E eu sei que ele ama você de verdade, eu sempre eu não quero te ver sofrer.
- Sofrer!! Eu? imagina mamãe, vai ser o casamento do ano. O que mais eu poderia querer... Bem agora deixa eu ir, que eu tenho muita coisa a providenciar, esse casamento tem que sair impecável... e vai sair sim, pode apostar nisso ___Viviane sai apressada, Dora fica pensativa.
- Algo me diz, que esse casamento será um grande erro.
Assim que Viviane ia saindo, Alfred chama a sua atenção.
- Dona Viviane, um momento.
- Mas o que foi agora Alfred, eu vou sair.
- Madame Pompéia está ai fora e quer falar com a senhorita.
- Mas quem é essa madame Pompéia?
- A especialista em bolos senhorita... Ela disse que marcou aqui essa horário.
- Ah é! Eu havia esquecido... Não posso deixar de ver os modelos de bolos, dizem que são lindos mamãe... A senhora não quer vir ver?
- Sim... Claro... Alfred, mande a senhora a biblioteca enquanto eu mando a Marta preparar um lanche... Vá filha... Não deixe ela esperar.
- Claro mamãe... Uma deusa dos casamentos... Dizem que ela fez o bolo da Angelina Jolie... - Viviane sai apressada, nisso toca o celular de Dora, ela examina... há um clima tenso, ela olha para os lados e se afasta indo ao canto da casa.
- O que você quer? - Ouve - Me encontrar, mas agora? Mas eu não posso. - Ouve. - Sei... Mas tem que ser agora? Sei... Sei... Tá... Tá eu estou indo sim ___ Dora fecha o celular, olha para os lados e sobe as escadas correndo.
ENQUANTO ISSO
Breno e lealdo conversam enquanto almoçam num restaurante requintado da cidade.
- Você teve uma atitude de mestre, parabéns.
- Obrigado... Foi fácil, o dinheiro compra tudo.
- Nem tudo... O amor... O dinheiro não compra o amor.
- O amor é um sentimento para pobres, homens como nós, somos práticos, não somos movidos por esses sentimentos dos tolos e inúteis você deveria aprender isso Lealdo.
- Então você não ama a Viviane?
- Não me faça rir, quem pode amar uma criatura daquela? - Lealdo ouve e fica triste. - Uma patricinha, mimada pelo pai... Na verdade esse casamento esta sendo um calvário para mim, mas o que eu posso fazer? Esse casamento me renderá muitos frutos, principalmente com o velho Otto... por outro lado, com esse casamento e com o contrato pré nupcial, eu ganharei vinte milhões de dólares por ano, em dez anos, imagine quanto eu não lucrarei.
- Mas e a Vivi... Você não pensa nela? Que ela pode gostar de você.
- Gostar de mim? Na verdade para a Viviane esse casamento é mais um acontecimento, igual aquelas festas que ela costumava a fazer, ela quer se mostrar para a sociedade, para as amigas, isso sim... após o casamento meu querido, e depois que ela receber a herança do pai dela, com certeza ela vai fazer o que ela mais gosta, viajar e gastar dinheiro, ela pode até se interessar por outro homem, e daí... sorte minha que não terei que aguentar aquela mala sem alça... esse casamento, será bom para nós dois, pode apostar nisso. Em cinco anos, eu terei tudo que eu quero... e se para ter o que eu quero tenho que aguentar aquela mala... então farei o sacrifício... ___ Breno e Lealdo continuam conversando enquanto almoçam.
HORAS DEPOIS
Enquanto isso, na mansão, Dora descia as escadas vestidas para sair, o mordomo Alfred esperava na ponta da escada com as chaves do carro.
- Aqui estão suas chaves madame.
- Obrigada Alfred!
Dora pega as chaves e quando ia saindo, aparece Viviane.
- Vai sair mamãe? - Dora vira-se desconfiada.
- Ah vou! Marquei um jogo de gamão com uma amiga.
- Amiga!! - Viviane faz cara de espanto. - Pelo que eu saiba a senhora não tem amigas mamãe.
- Engano seu... Tenho amigas sim, e por falar nelas já estou atrasada. - Dora sai, deixando Viviane confusa.
- Amiga!! Hum... Essa é boa... - Viviane não acredita na história de Dora.
Corta para:
Dora entra em seu carro, coloca seus óculos escuro, liga o carro e sai em alta velocidade, da janela da mansão, Viviane observa tudo.
Em outro local afastado da cidade, o carro estaciona, Dora desce do carro põe o lenço sobre a cabeça e sai, era uma praça arborizada, ela entra rapidamente por entre os arbustos, até encontrar um pátio com um jardim onde havia um banco, nele um homem sentado, de pernas cruzadas, lendo um jornal, Dora dá a volta pela frente do homem, tira os óculos e indaga com voz ríspida.
- O que você quer comigo Normando? Eu não tenho tempo a perder.
O homem dobra o jornal, calmamente levanta-se e fica de frente com ela.
- Calma minha querida. Só quero conversar com você.
- Não temos mais nada a conversar.
- Isso é o que você pensa. - Ele dá uma volta em torno de Dora. - Eu te dei o que você tanto queria, agora eu quero o que você me prometeu ___ Normando fala ríspido e Dora fica sem ação diante daquele fato.
CORTA PARA:
A especialista em bolos, mostra várias fotos de seus bolos, enquanto Viviane se deslumbrava com cada fotos, as duas conversavam muito.
Enquanto isso, numa igreja qualquer... Dora para o carro, e desce entrando na igreja... Vista lateral, ela se aproxima de um banco, onde se ajoelha e faz o sinal da cruz
- Meu Deus!! Me ajuda a resolver isso, eu não posso mais continuar com essa história, não posso... Pai nosso que estás no céu, santificado seja vosso nome, venha nós o vosso reino, seja a feita a sua vontade ___ Dora começa a rezar.
ENQUANTO ISSO:
Nas empresas de Otto... Breno estava lendo o dossiê quando entra Lealdo.
- Vamos almoçar?
- Oh meu caro, já marquei com a Viviane.
- Ah tá... Então depois a gente se fala.
- Hei espera. - Breno abre a gaveta e mostra a jóia. - Que tal?
- Nossa é muito bonita e deve ter custado os olhos da cara.
- Digamos que é um investimento... Após o casamento meu caro! Isso aqui é fichinha para o que eu vou ganhar.
- Você está apostando tudo nesse casamento não é mesmo?
- Digamos que é uma questão de uma troca, eu dou a Viviane o casamento do século, que ela tão sonha... Dou ao Otto um marido correto para a filha e em troca eu ganho o bônus... a presidência... e com a presidência meu caro! O seu é o limite.
- Eu não sei se aceitaria uma situação dessa.
- Infelizmente... Uns contão... Outros não! Eu não tenho culpa se você pisou na bola na questão da striper... Cara que vacilo.
- Eu posso jurar que eu não tive nada haver com aquilo
- Ah Lealdo... para a gente... Somos homens tá. Você sozinho naquele apartamento, com uma gata daquelas... Cara! - Põe a mão no ombro dele __ Até eu ___Ri ironicamente ___Pena que Viviane pegou.... eu... eu... juro que fiquei com pena de você.
- Cara. Eu juro, eu não fiz aquilo?
- Tá... Tá... Tudo bem se você vai continuar mentindo para você mesmo, tudo bem. Agora que foi um furo foi... Ah foi... Sorte a minha!!
- Que conseguiu pegar a filha do patrão?
- Cara. Eu vou ser sincero com você, eu fiquei muito mal com a situação, mas depois, quando a Viviane chegou para mim, daquele jeito... Querendo ficar comigo, eu ainda relutei sim... mas ela estava decidida, e o Otto... bem você sabe que ele tem um dom de convencimento. Mas acredite... se isso não tivesse acontecido... eu estava contente... você sabe que te agradeço muito por tudo que você fez... cara eu o tenho como um irmão. Mas aconteceu, não se preocupe... assim que eu assumir a presidência, eu te darei a vice presidência... afinal de contas, amigos são para essas coisas.
- Bem... Deixe eu ir almoçar.. Já que o meu grande amigo, vai almoçar com a noivinha. O que me sobra é chamar a Jéssica.
- Ah por falar nisso. - Vai ao interfone. - Eu quero um dossiê completo desse Luan Marques... Tudo... Endereço, nome de filhos, tudo. Eu quero aqui nas minhas mãos.
- E o que você pretende fazer com essas informações?
- Acabar com esse homem.
Lealdo para diante da indagação de Breno.
- Como assim Breno?
- Se ele pensa que vem aqui me chantagear, que pode dizer o que quer e muito menos achar... Que pode ir de encontro a mim? Quem ele pensa que é... ah Lealdo, ele pode tirar o cavalinho da chuva... quem é ele, comparado a mim? Se ele se meter comigo, eu juro Lealdo... eu acabo... eu acabo com ele. ___ Breno se mostra decido a fazer o que for preciso para destruir Paulo a qualquer custo.

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