Aladim e a lâmpada maravilhosa

Autor: Tradução: Aguinaldo Silva - Adaptação: Eugênio Sottilos

Em uma pequena cidade do Japão vivia um jardineiro chamado Yamura. êle passava todo o dia cuidando dos seus crisântemos,mas ganhava pouco dinheiro com isso porque os habitantes daquela cidade não gostavam das flôres.
Yamura era tão pobre, que apenas podia manter sua espôsa e seu filho aladim.
- Por que não vais vender nossos crisântemos noutra cidade, Aladim? - Sempre perguntava seu pai. - Assim ganharíamos mais dinheiro e não seríamos tão pobres.
Aladim, sem fazer caso, ia passear no bosque.
O pobre jardineiro, cheio de tristeza ao ver seu filho convertido num jovem preguiçoso, inclinava-se tristemente sôbre seus canteiros de crisântemos e os regava com suas lágrimas.
Não tardou e morreu, deixando a aladim e sua mãe no maior desamparo.
- Que fazemos agora, meu filho? - Perguntou a pobre mulher.
- Não te preocupes, minha mãe. - Respondeu Aladim. - Eu te ajudarei. Amanhã começarei a trabalhar.
Mas essa manhã não chegava nunca e Aladim todos os dias ia ao bosque banhar-se no rio.
Sua mãe vendeu o pouco que havia deixado o espôso ao morrer e começou a ganhar a vida fabricando esteirinhas de junco. Como as fazia muito fortes, muito bonitas e de vistosas côres, todo o mundo as comprava.
Um dia, da África distante, chegou um mago montado em seu camelo. O mago, em troca de algumas esteiras, deu à mãe de Aladim comida e dinheiro.
- Me disseram que por estes arredores existem umas ruínas muito antigas - Disse o mago. - Poderias indicar-me o caminho para ir até elas?
- Estão no bosque - respondeu Aladim. - Eu o guiarem, senhor.
O mago e Aladim montaram no camelo e se dirigiram ao bosque. Não tardaram em chegar, já que o camelo era muito rápido.
Pode deixar esse estranho animal aqui, senhor - disse Aladim; - o bosque é muito espêsso e ele nãopoderia passar. Será melhor que continuemos a pé.
Depois de caminhar por um bom tempo, chegaram por fim às ruínas de um velho pagode. O mago abriu os braços, pronunciou umas palavras misteriosas, e a terra foi-se abrindo pouco a pouco, até deixar descoberta uma argola de ferro. O vento silvou, as rochas se despedaçaram e os pássaros voaram assustados.
Aladim morto de mêdo, também quis escapar, porém o mago impediu-o.
- Agarra essa argola e arranca-a! - Disse-lhe.
Aladim não teve outro remédio senão obedecer. Tirou com todas as suas forças, levantando a tampa que ocultava as escadas de um subterrâneo.
- Baixa por essa escada - ordenou-lhe o mago - e chegarás a um jardim maravilhoso.
- Um jardim? - perguntou Aladim, estranhando.
- Sim - respondeu o mago. - no centro do jardim verás uma lâmpada acesa; apaga-a e traz em seguida.
- Não me acontecerá nada? voltou a perguntar Aladim.
- Não tenha medo - disse o mag; - põe este anel e ele te protegerá de qualquer perigo. Vamos! Desce agora! Não posso perder tempo.
Aladim começou a descer as escadas do subterrâneo e não tardou em encontrar o maravilhoso jardim situado no meio de uma imensa caverna. No centro do jardim, tal como havia dito o mago, estava a lâmpada acesa.
O rapaz levantou a mão e apagou-a. No mesmo instante, os estranhos pássaros que estavam pousados nas árvores do jardim começaram a gritar.
- Cuidado Aladim! Se não andas ligeiro, não poderás sair daqui.
Aladim olhou assustado e viu que as árvores, em lugar de pêras, laranjas e maças, estavam cheias de pedras preciosas.
- Como são bonitas e brilhantes! - pensou.
Pareciam tão formosas que arrancou um punhado para levar à sua mãe.
- Como ficará contente! - disse Aladim.
Foi então que um enorme dragão apareceu diante dele e lhe fechou o caminho.
- Alto! - gritou ao Aladim assustado. - Estas pedras preciosas são minhas e também a lâmpada. Devolva-me tudo, rapaz!
- Não! - respondeu Aladim. - As pedras decôres são para minha mãe, e a lâmpada para um amigo meu, o mago.
O dragão, furioso, fez desaparecer a saída do subterrâneo, e o rapaz ficou preso.
- Oh! - chorou - minha mãe ficará muito triste se eu não voltar para casa.
Dois dias depois de estar encerrado na caverna, sem dar-se conta, começou a rodar o anel que lhe havia dado o mago.
- Quero voltar para casa! Quero volta para casa! - gritou.
O anel encantado, obedecendo ao desejo de aladim, furou uma grande abertura na caverna e levou-o pelos ares. Antes que pudesse recuperar-se da surpresa, o rapaz se encontrou junto à mãe, que o abraçou, chrando de alegria.
A boa mulher, ao ver que a lâmpada que trazia seu filho estava muito suja, começou a esfregá-la para dar-lhe brilho. No mesmo instante, bum! Um enorme gênio de cor verde apareceu ante eles.
- Sou o gênio da lãmpada - disse - que tens a mandar-me? trarei o que me pedires.
- Temos fome - respondeu Aladim - trazei-me comida.
Em um momento, a mesa se encheu de ricos manjares: frutas, saborosos pescados e pernis assados.
- Quando tiveres necessidade de mim - disse o gênio - basta esfregar a lâmpada maravilhosa e virei no mesmo momento.
Aladim e sua mãe ficaram muito contentes, pensando que desde aquele dia não mais lhe faltaria nada.
Passaram os dias, as semanas, os meses. Um dia o imperador anunciou por todo o reino que daría a mão de sua filha ao que lhe levasse omaior de todos os tesosuros.
- Eu me casarei com a princesa! - disse Aladim a sua mãe.
Esfregou a lâmpada e quando apareceu o gênio, pediu-lhe:
- Quero um cavalo branco, ricos vestidos e seis cofres cheios de ouro e diamantes.
- Terás tudo - disse o gênio - Aqui está!
Aladim se vestiu com o traje mais formoso e montou sobre o cavalo branco. Umas graciosas tartarugas transportavam sobre seus cascos os cofres e bandejas cheias de ouro, diamantes, rubis e esmeraldas.
Ao entrar na capital do reino, todos saudaram-no agitando bandeirinhas e ramos de cerejeira.
A filha do imperador, enamorada de Aladim, disse a seu pai ser aquele o eleito do seu coração. O imperador, cativado também pelas riquezas e tesouros que o jovem lhe oferecia, não viu inconveniente em permitir o casamento.
Depois do matrimônio, Aladim e a princesa foram viver num maravilhoso palácio rodeado de jardins e lagos transparentes.
O mago africano, invejoso da sorte de Aladim, decidiu apoderar-se da lâmpada maravilhosa. Aproveitando que ele havia saido de casa, disfarçou-se em vendedor ambulante e começou a gritar pelos arredores do palácio:
- Troco lâmpadas velhas por novas! Troco lâmpadas velhas por novas!
A princesa, ao ouvi-lo, disse a uma de suas criadas que entregasse a lâmpada velha ao vendedor, em troca de uma nova.
- Aladim ficará muito contente - pensou - e também verá que tem uma esposa muito inteligente.
- Ha, ha, ha, ha! - riu o mago ao ter a lâmpada maravilhosa em seu poder. - Verás a surpresa que te espera, Aladim!
O mago esfregou a lâmpada maravilhosa. Quando apareceu o gênio, ordenou-lhe mudar para a África o palácio, com a princesa e todas as suas criadas.
Quando o imperador viu que sua filha havia desaparecido, ficou muito furioso e jogou a culpa em Aladim.
- Vou encerrar-te num calabouço - disse-lhe - este será teu castigo por me haver enganado.
- Espera - contestou Aladim - em lugar de prender-me, dá-me permissão para ir buscar de volta a vossa filha.
O imperador lhe deu permissão e Aladim percorreu povos e cidades em busca de sua jovem espôsa. Porém como estava tão distante, lhe foi impossível encontrá-la, então, lembrou-se do anel que levava no dedo.
- Leva-me junto à princesa - pediu Aladim.
Uns cisnes transportaram-no até a longínqua África e deixaram-no na varanda da habitação da princesa.
- Aladim! - gritou ela cheia de alegria - se soubesses quanto tenho chorado!
- Onde está a lâmpada maravilhosa? - perguntou Aladim.
- O mago a tem e nunca se separa dela. Eu não sabia que era maravilhosa e a entreguei em troca de uma nova. Me enganou, meu espôso.
Então, o gatinho branco da princesa aproximou-se dela e disse:
- Eu te ajudarei princesa. Quando o mago estiver dormindo, irei aos seus aposentos e lhe tirarei a lâmpada. Tu eras muito boa e carinhosa comigo e quero recompensar-te.
- Graças, gatinho - disse Aladim - se consegues recuperar a lâmpada maravilhosa, te daremos sopinhas de leite todos os dias.
Pela noite, quando o mago se deitou, o gato, ajudado por seus amiguinhos, os ratões, entrou em seus aposentos.
Ao escutar os roncos do mago, os ratões levaram um grande susto. Mas o gato os animou, dizendo:
- Não tenhais medo, está dormindo como um tronco e não despertará.
O gato tirou a lâmpada que o mago guardava debaixo do travesseiro e saiu correndo da habitação, seguido dos ratões.
Como fizeram muito ruído, omago despertou e perseguiu-os com uma escôva.
- Não escapareis! Devolvam-me a lâmpada!
Sem dar-se conta,o mago saiu ao jardim e , como estava meio dormindo, caiu no fundo do tanque.
Quando Aladim teve a lâmpada emseu poder, esfregou-a sem perder tempo.
- Que desejas, Aladim? - Perguntou o gênio.
- Quero que me devolvás este palácio ao Japão - respondeu Aladim.
O gênio tomou o palácio em suas mãos, com os dois esposos dentro, os criados, os gatos e os ratões, e o devolveu outra vez ao Japão.
O imperador ficou muito contente e mandou celebrar uma grande festa.
Quando Aladim, passando algum tempo, se converteu em imperador, só pensou em fazer a felicidade de seus súditos. E como deixou de ser preguiçoso, não teve de voltar a usar a lâmpada maravilhosa, já que tudo se deveu ao seu esforço, à sua generosidade e ao bom desejo de ajudar aos demais.

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