Semana santa?

Autor: Portal da Luz - Francisco de Carvalho

Contato: francisco@portaluz.com.br

Nos três anos anteriores
Jesus pregara o Evangelho do Cristo, com grande receptividade, na Galiléia e em outras cidades pobres da Judéia, porém nunca em Jerusalém porque ele bem sabia que tanto os fanáticos jerusalemitas quanto (principalmente) o orgulhoso, rico e poderoso clero judaico não entenderiam e muito menos aceitariam a sua revolucionária (para aquela época) doutrina universalista de amor.
Mas ele sabia que já estava na hora de pelo menos tentar realizar aquela tão difícil missão. Assim sendo, com antecedência de alguns dias, ele anunciou aos seus apóstolos que no próximo domingo ele iria, pela primeira vez, pregar o Evangelho em Jerusalém.
Rapidamente, aquela tão esperada notícia se espalhou entre todos os seguidores de Jesus.

Domingo
Os gagileus, simples e pobres porém sempre alegres e festeiros, com antecedência plantaram-se na entrada de Jerusalém. Quando chegaram Jesus e seus apóstolos, foram eles, os galileus, e apenas eles que promoveram a tal entrada triunfal de Jesus em Jesusalém.
Os jerusalemitas, que desprezavam os galileus e ridicularizavam o "Messias Jesus", assistiam - uns contrariados, outros surpresos, outros zombando - aquela enorme algazarra dos galileus.
Após aquela "recepção triunfal", os galileus, em ruidosa e tumultuada procissão, seguiram Jesus pelas ruas de Jerusalém.
Vale lembrar que aquelas ruas estreitas estavam abarrotadas de comerciantes com suas tendas e bancas armadas que nem os atuais camelôs. Além disto, a numerosa população de Jerusalém estava acrescida com os muitos judeus de outras cidades que, tradicionalmente, vinham participar das festividades da Páscoa judáica.
Em tal situação crítica, foram inevitáveis os muitos atritos com os revoltados comerciantes que tiveram suas bancas, tendas e mercadorias derrubadas.

O incidente maior, no pátio do templo
O climax daqueles atritos ocorreu quando aquela ruidosa procissão chegou ao amplo Pátio do Templo, e Jesus e seus numerosos seguidores se aglomeraram naquele local. Rapidamente, a situação ficou completamente fora de controle e ocorreram brigas corporais entre os galileus e os comerciantes jerusalemitas.
A qualquer momento, Jesus, seus apóstolos e seguidores poderiam ser presos por, no mínimo, perturbarem a ordem pública e causarem prejuízos aos comerciantes jerusalemitas.
Alguns apóstolos, preocupados, imediatamente retiraram Jesus daquele local e rapidamente o conduziram ao Horto das Oliveiras, local previamente combinado para hospedar Jesus e seus apóstolos.

No horto das oliveiras
Jesus e seus apóstolos ficaram carinhosamente hospedados. O planejado era eles ficarem naquele aprazível bosque até a semana seguinte, quando os ânimos estariam serenados e as festividades das Páscoa judaica teriam terminado, e, finalmente, Jesus poderia pregar o Evangelho para os jerusalemitas.

2ª feira
Jesus e alguns apóstolos foram ao centro da cidade e se misturaram com o povo para conhecerem as notícias sobre os acontecimentos da véspera. O que eles apuraram foi terrível:
-- Pelo Sinédrio (clero judaico) Jesus era considerado inimigo e profanador da religião judáica.
-- As tropas romanas estavam de prontidão, temerosas de uma tentativa de rebelião dos galileus.

3ª feira
Novamente, Jesus e alguns apóstolos transitaram no centro de Jerusalém, porém daquela vez para visitarem os locais onde Jesus ainda alimentava esperança de pregar o Evangelho do Cristo da Terra.
Eles souberam que os portões da cidade foram fechados. Só podia sair ou entrar quem tivesse autorização do Sinédrio ou dos romanos.

4ª feira
Os amigos e seguidores de Jesus, que o visitavam desde a segunda-feira passada, trouxeram mais notícias inquietantes:
-- Muitos galileus foram presos pelos romanos. Alguns, em troca da liberdade, prestaram falsas declarações contra Jesus.
-- Não havia dúvida de que a prisão de Jesus seria iminente.
Jesus, percebendo que estava próxima a sua morte e a conclusão da sua divina missão na Terra, antecipou duas cerimônias tradicionais e, naquela noite, com seus apóstolos realizou a ceia e o lava-pés.

5ª feira
Após as orações das 18:00 h, Jesus foi à parte mais alta do horto e, em pouco tempo, entrou em êxtase, quando, dentre outros fenômenos, teve a visão dele crucificado ao lado de duas outras pessoas, no cimo do Gólgota. Pronto! Jesus já sabia que a sua iminente morte ocorreria na cruz.
Pouco tempo depois, uma escolta mista de soldados romanos e esbirros do Sinédrio penetrou no Horto das Oliveiras, prendeu Jesus e o conduziu para a casa do sumo-sacerdote judáico, onde imediatamente começou o julgamento da pequena corte do Sinédrio.

O Sinédrio
Há tempos, o rico e poderoso clero judaico, preocupado com o potencial perigo que a doutrina pregada por Jesus representava para seus interesses pessoais, observava atentamente o Rabi da Galiléia. Mas nada de concreto podia fazer contra ele.
Aquela algazarra ocorrida nas ruas de Jerusalém e, principalmente, a pancadaria no pátio do Templo, seriam um bom motivo para denunciar Jesus como prafanador da religião judaica e falso messias e, principalmente junto às autoridades romanas, como um judeu revolucionário à frente de uma revolta contra a tirania de Cesar. Mas faltavam "provas" concretas que, de uma vez por todas, incriminassem Jesus.
"Provas" de menor peso foram obtidas através daquela sórdida troca da liberdade dos galileus por declarações acusatórias contra Jesus. No entanto, embora fossem numerosas, essas "provas" tinham pouco poder incriminatório contra Jesus, principalmente junto aos romanos que bem conheciam as manobras do Sinédrio.
Mas a "prova" maior de todas contra Jesus - esta sim, decisiva - foi, ironicamente, fornecida pelo bem-intencionado porém tolo apóstolo Judas, que, pressionado, convencido e ameaçado pelo Sinédrio, acabou assinando a sua célebre confissão. Isto ocorreu porque Judas, há tempos, imprudentemente porém com honestas intenções, secretamente negociava o que ele julgava ser o "apoio" dos sagazes membros do Sinédrio ao Evangelho.

Madrugada de sexta feira
Acabou o julgamento judaico de Jesus.
Haja vista as "provas" apresentadas pelo sumo-sacerdote e a firme atitude de Jesus de, a qualquer preço, proteger seu apóstolos e seguidores - negando-se a se defender e assumindo a responsabilidade exclusiva de todas as acusações
- Jesus foi, por unanimidade, condenado à morte.
Em seguida, imediatamente ele foi conduzido à prisão judaica.

Amanhecer de sexta feira
Esbirros do Sinédrio conduziram Jesus a Pôncio Pilatos, com o pedido pessoal do sumo-sacerdote para Jesus ser também condenado à morte pelos romanos, dessa vez por crime de tentativa de rebelião contra a autoridade romana.
Esta manobra do sumo-sacerdote tinha motivos óbvios, ou seja, ele não queria que o Sinédrio sujasse as mãos matando um compatriota judeu, e muito menos produzir um mártir, e sim Jesus deveria ser morto pelos romanos.
Logo após o conhecido diálogo com Pôncio Pilatos, que confirmou a condenação de Jesus para morrer na cruz, Jesus foi imediatamente conduzido ao pátio da prisão romana para o rotineiro açoitamento que precedia a crucificação.

Final da manhã de sexta feira
Como ocorria com todos os condenados à crucificação, Jesus foi açoitado por soldados romanos.
Entretanto, o degradante episódio que ocorreu em seguida - as humilhações, zombarias, insultos, escárnios e maus tratos a Jesus - não foi de autoria dos soldados romanos, e sim foi praticado por infelizes judeus, criados da corte de Pilatos, naquele momento na folga para almoço, que com aquela atitude queriam "mostrar serviço" aos seus senhores romanos.

Quase meio deia de sexta feira
Um grupo de soldados romanos, seguido por uma lamentosa e chorosa procissão, conduziu Jesus ao cimo do Gólgota.

Pouco depois do meio dia de sexta feira
Jesus e mais dois sentenciados foram crucificados, sob a vista da multidão que os cercavam.

Três horas da tarde de sexta feira
Morreu, crucificado como um reles criminoso, o maior, o mais heróico e o melhor homem que já nasceu na Terra, o mais perfeito intérprete do Cristo da Terra, o meigo, divino e sábio Rabi da Galiléia!
Suas últimas palavras terrenas, pronunciadas quando ele agonizava, foram:
-- Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem!

Sábado
Judas, tomado por insuportável remorso, suicidou-se por enforcamento.

Domingo
Jesus materializou-se três vezes:
-- Para Maria de Magdala.
-- Para seus apóstolos.
-- Para Maria, a divina mãe terrena dele.

Fonte: "O Sublime Peregrino", de autoria de Ramatis, psicografado por Hercílio Maes, publicado pela Editora do Conhecimento. Contato: (conhecimento@edconhecimento.com.br).

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