Código de ética do astrólogo

Código de Ética Profissional - Princípios a respeitar na prática da Astrologia.

1. A essência da pessoa deverá ser vista como o ponto central do mapa astrológico (a divindade imanente, o Eu superior em cada um de nós).
2. A pessoa e os acontecimentos não são peças separadas, ou isoladas de um todo, mas sim, partes essenciais na construção de uma real identidade.
3. A previsão deve apontar para um conjunto de possibilidades que estejam em relação com a qualidade energética de um determinado momento e não para a dedução exclusiva de factos meramente concretos.
4. Tanto a previsão como a interpretação devem atender ao processo evolutivo de cada um. Isso consiste numa ajuda desinteressada, visando a expansão e o auto-conhecimento do consultante.
5. O Astrólogo deve procurar ser um canal cósmico, de modo a contribuir para uma maior consciência da unidade da vida e para o respeito da real natureza de cada ser.
6. Aceitando os limites da natureza humana, o Astrólogo aconselha em vez de manipular. As decisões e opções de vida são da inteira responsabilidade do consultante.
7. Em caso de falta de sintonia entre o Astrólogo e o consultante é preferível que aquele recomende uma outra pessoa creditada.
8. O Astrólogo deve manter o sigilo e a confidencialidade no seu trabalho profissional. Os mapas de outras pessoas, não deverão ser analisados sem o consentimento das mesmas.
9. Em caso algum deve-se predizer a morte, doenças e acidentes, mesmo que para isso se seja solicitado. Deverá pelo contrário indicar os meios para combater tal tendências, advertindo os riscos possíveis de tais previsões.

O papel da Astrologia
"Outra coisa que se faz necessária é a educação do público...
...parece-me que o caminho que devemos seguir, no presente ponto da história da Astrologia, consiste em fazer uma apresentação da sabedoria astrológica, junto às pessoas em geral, caracterizada pelo bom-senso, sentido prático, inteligência e por um bom grau de dignidade; uma apresentação capaz de trazer-nos o respeito e a reacção inteligente das pessoas" (Stephen Arroyo, Astrologia, Prática e Profissão).
A divulgação e o ensino de uma Astrologia qualificada é hoje mais pertinente do que nunca. Vivemos num mundo em constante transformação, necessitado de respostas e sentido para o novo tempo que se avizinha. A aldeia global é já hoje uma realidade e o acesso cada vez maior à informação exige dos astrólogos mais conscientes a explicitação dos seus princípios e da sua linguagem. Levar aos outros uma informação de qualidade é reagir quer contra o amorfismo pessoal, quer em desfavor de uma publicidade oportunista assente nos modelos baseados na quantidade e no lucro fácil. Por isso, torna-se urgente para os astrólogos, uma perspectivação de ideais, princípios e normas que possam dignificar o que se intitula hoje por Astrologia Contemporânea. Informar e ensinar é também permitir a cada um a possibilidade de fazer escolhas de uma forma livre e consciente, tal como diz o ditado: a liberdade segue o conhecimento.

Definição de Astrologia
A origem da Astrologia perde-se na noite dos tempos. O seu conhecimento histórico chega até nós através das principais civilizações que povoaram o globo há alguns milhares de anos. Mesmo que a fonte do saber astrológico tenha sido por via da inspiração ou da revelação, o certo, é que pela concepção empirista da vida, a Astrologia aparece como um saber assente no estudo de ciclos celestes.
O homem encontrou através dela a lei da periodicidade, nesse sentido, tornou-se ciência tal como é vista nos nossos dias através da verificação de relações causais. Em seguida, descobriu as analogias e as coincidências significativas, isto é, a Astrologia tornou-se uma arte interpretativa, até que nela vislumbrou finalidades, isso levou-o a colocá-la nos domínios da filosofia e da religião. Neste século Dane Rudhyar denomina-a como uma álgebra da vida, e outros autores vêem nela uma interpretação do mundo da psique.
A Astrologia é hoje uma realidade plena de sentido e significado se levarmos em consideração a simbiose e a sincronicidade que existe entre o acontecimento (o fenómeno) e o símbolo (a metáfora). Este último qualifica um determinado evento que por si só, seria apenas quantificável. A interpretação do símbolo remete para o momento portador de sentido, para uma relação sincrónica que vê cada acto não como mero produto isolado, mas como algo que está em relação permanente com o Todo. Tais como os Hologramas, as partes dão-nos indicações da estrutura do Todo, falam-nos da qualidade subjacente a cada fenómeno. A Linguagem Astrológica é, deste modo, uma compreensão do Universo e um estudo das Leis que operam simultaneamente no Macro e no Microcosmo.
A técnica astrológica consiste na aplicação e na utilização dessas Leis. Contudo, devido à complexidade dos sistemas de análise susceptíveis de serem aplicados à leitura astrológica, temos uma grande variedade e uma imensa gama de possibilidades de interpretação. Como em qualquer conhecimento especializado, há vários níveis de leitura e de utilização que vão desde as técnicas mais simples às mais complexas. Não podemos, pois, qualificar na nossa sociedade um determinado saber somente pelo que é divulgado e publicitado. O que é divulgado em termos astrológicos, geralmente, não obedece a grandes critérios de análise, não só por falta de conhecimento de causa, mas também porque é influenciado pelo "modismo", pelo que está em voga em termos de mercado quantificável. Se queremos hoje entender um novo conceito de Astrologia temos simultaneamente que rever as nossas noções de ciência, filosofia e religião, e enquadrar essa perspectiva na relação dialéctica que coexiste na liberdade e no destino.
É certo que o espírito da Nova Era aponta para uma unidade do saber, mas como encontrar a síntese sem primeiro se reconhecer as partes?
Para finalizar esta pequena introdução a este tema tão vasto, queria fazer minhas, as seguintes palavras de Homero: " Mesmo que o teu círculo seja insignificante, restrito e pequeno, preenche-o com todo o teu ser e esforça-te por ser um homem sábio".

A Astrologia em Portugal"
... cada cultura conta com a sua própria Astrologia - a consciência de cada cultura determina o nível de compreensão da Astrologia que cada cultura pode ter" (Stephen Arroyo, Astrologia, Prática e Profissão).

Propósitos:
- Fazer um levantamento da tradição astrológica portuguesa (história da astrologia em Portugal).
- Que grupos, pessoas e tipos de Astrologia estão hoje presentes na nossa cultura? Quais os seus objectivos e propostas?
- Desenvolver um intercâmbio entre a Astrologia Portuguesa e as Escolas e Associações Internacionais de Astrologia.
- Criar uma Federação de Astrólogos Portugueses e um departamento de relações públicas.
"Não há qualquer organização astrológica no país que conte com um departamento de relações públicas ou coisa parecida, para dar, de forma constante, informações mais positivas a respeito da Astrologia junto à Imprensa, assim como para contradizer reportagens imprecisas que são publicadas nos órgãos de informação" (Stephen Arroyo, Astrologia, Prática e Profissão).

O Papel do Astrólogo
"Grande parte da Astrologia tradicional tornou-se, para muitos de nós, sem sentido e bastante ultrapassada, em parte porque a nossa consciência ultrapassou o nível a que ela chegou" (Stephen Arroyo, Astrologia, Prática e Profissão).
Esta afirmação coloca as seguintes questões:
1. Para superar a Astrologia tradicional é necessário conhecer os seus princípios e métodos.
2. Só o conhecimento e a competência profissional do Astrólogo desenvolvido permitem aferir o que ainda é válido da tradição e o que se pode excluir desse manancial.
3. O Astrólogo Contemporâneo deverá possuir bons conhecimentos nos campos da ciência, da psicologia, do humanismo, da filosofia e da religião.

Para finalizar deixo-vos novamente as palavras de Stephen Arroyo no que diz respeito à importância do trabalho do Astrólogo.
"E assim, mais uma vez, voltamos à questão do astrólogo como um canal. Nesse sentido, o astrólogo importa mais que o tipo de Astrologia que esteja sendo usado".
"Assim, sou da opinião de que os astrólogos devem concentrar-se em aumentar a sua consciência e não o número de factores e técnicas usados no nível caótico da multiplicidade".
... se os astrólogos trabalharem no sentido de elevarem as suas consciências a um nível superior, eles talvez possam começar a ver a unidade na diversidade.

O aconselhamento constitui uma interacção extremamente sagrada.
... Estamos lidando com algo sagrado quando aconselhamos outra pessoa com relação às suas necessidades, aos seus sentimentos e às suas aspirações de carácter mais profundo
.... Essa totalidade e essa presença do Divino na Astrologia constituem a verdadeira fonte do grande poder de cura de que a Astrologia é dotada" (Stephen Arroyo, Astrologia, Prática e Profissão).

Considerações Astrológicas:
Pergunta: A Astrologia ou qualquer outra ciência de adivinhação, é sempre taxativa e rigorosa nos seus prognósticos? Por exemplo, pode prever-se o momento da morte de uma pessoa?
R) Não. A Astrologia aponta tendências: por exemplo, momentos de abertura e expansão ou momentos de dificuldade e de luta. Estas épocas difíceis, todavia, podem procurar viver-se da melhor, mais prevenida e mais construtiva forma, tal como se podem aproveitar mais adequada e proveitosamente as influências que possam ser consideradas favoráveis.
Não é possível, pelos meios concernentes e disponíveis pela Astrologia, prever (de modo inequívoco e peremptório) o momento da morte; eventualmente, sim, um momento crítico, que pode redundar ou vir a significar a morte.
De qualquer forma, é extremamente negativa e desaconselhada a prática da Astrologia que vaticine acontecimentos intransponíveis e inapeláveis, deixando, por vezes, marcas devastadoras que acompanham o indíviduo por toda a existência física. A Astrologia não é nem deverá ser uma ciência do "fatalismo". Na verdade o homem possui o chamado livre-arbítrio, se bem que este seja tanto mais livre, poderoso, definido e determinante, quanto consciente for o indivíduo (e, por consequíncia, mais elevadamente polarizado)...
Excertos do Livro "Luzes do Oculto", publicado pelo Centro Lusitano de Unificação Cultural,
inspirado pelo Mestre Koot-Hoomi

Fonte: www.browser.pt

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